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O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda divulgado nesta quinta-feira, 12, mostra que a inflação para a classe de maior poder aquisitivo, no mês de março, foi de 0,11%, quase o triplo da registrada pelas famílias de renda mais baixa, 0,04%. Os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam ainda que no acumulado dos três primeiros meses de 2018, a inflação da camada de menor renda aponta alta de 0,35%, abaixo da calculada para as famílias de renda mais alta, que ficou em 1,13%.
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É o quinto mês consecutivo em que o grupo de menor renda registra uma taxa de inflação mais baixa.
Segundo o Grupo de Conjuntura do Ipea, a queda dos preços dos alimentos no domicílio é o principal fator que explica essa inflação mais amena registrada pelas famílias mais pobres, principalmente quando ainda se verificam quedas expressivas em subgrupos de grande peso na cesta de consumo das classes mais baixas, como cereais (1,7%), tubérculos (2,4%), carnes (1,2%), e aves e ovos (0,8%).
O indicador aponta ainda um aumento de 0,52% da alimentação fora do domicílio em março. Esse resultado impactou mais fortemente a inflação das famílias de renda mais alta. Em contrapartida, os reajustes de 0,67% nas tarifas de energia elétrica e 0,78% nas passagens de ônibus urbano exerceram uma pressão maior sobre a inflação dos mais pobres relativamente à dos mais ricos.
Entre os grupos de despesas, o que registrou maior variação em março para as classes de renda alta e média-alta foi saúde e cuidados pessoais (0,06 ponto porcentual). Nos últimos 12 meses, a inflação da classe de renda mais baixa (1,8%) foi praticamente a metade da registrada pela classe de renda mais alta (3,5%).
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda é calculado com base nas variações de preços de bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor (SNIPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).