© Paulo Pinto/FotosPublicas
A polícia deteve na quinta-feira (12) um casal suspeito de participar da pichação na fachada do Pateo do Collegio, um dos principais pontos históricos do centro de São Paulo, na última terça (10). Segundo a polícia, vídeos mostram o casal detido participando da pichação, mas não forneceu mais informações. Uma entrevista coletiva sobre as detenções está marcada para a manhã desta sexta (13).
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Ao todo, cinco pessoas teriam participado do ato de vandalismo. Eles fizeram os moradores de rua que dormem no local levantarem e picharam, em letras gigantes vermelhas, a frase "Olhai por nois". O local é tombado pelo patrimônio histórico.
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As imagens do circuito interno do complexo mostram que um dos suspeitos assumiu o controle da pichação. Ele usou uma espécie de compressor e conseguiu esguichar tinta até a altura das janelas do primeiro andar da edificação.
Os demais suspeitos fizeram a segurança do grupo. Uma mulher teria filmado toda a ação. Moradores de rua, que lotam a praça do Pateo todas as noites para dormir, foram acordados com tinta no rosto, chegou a dizer o padre Carlos Alberto Contieri, diretor do Pateo.
Pichar é crime no país. Quem for pego praticando o ato de vandalismo pode ser condenado entre três meses e um ano de prisão, de acordo com a lei de crimes ambientais. A restauração da fachada do Pateo do Collegio será iniciada na próxima semana em ação voluntária e coletiva. A direção do prédio histórico afirma que a reparação não é simples e pediu calma à população.
HISTÓRIA
O Pateo do Collegio está associado à fundação de São Paulo. O local escolhido para a construção do complexo foi estratégico porque é alto e era servido por dois rios importantes: Anhangabaú e o Tamanduateí.
Ali, os jesuítas criaram um colégio para catequizar índios. A missa em comemoração à abertura dessa pequena escola, em 1554, foi escolhida, anos depois, para marcar a fundação de São Paulo. Dois séculos depois, os jesuítas foram expulsos do Brasil e o espaço do colégio virou sede do governo local –que funcionou até 1930. Por trás da parede branca em frente ao pátio, há a paróquia de São José de Anchieta e um museu.
O museu conta com coleções de peças de arte sacra, como crucifixos, oratórios e pias de água benta, além de pinturas dos séculos 17 e 18. No espaço ainda se pode ver, por fotos, mapas e maquetes, as mudanças arquitetônicas pelas quais São Paulo passou. Também guarda o manto do padre José de Anchieta (1534-1597), canonizado em 2014 pelo papa Francisco.
Já a paróquia ostenta uma relíquia para os católicos: o fêmur de Anchieta. O espaço é tombado pelo Condephaat (conselho estadual de defesa do patrimônio histórico). Com informações da Folhapress.