Damasco avisa Ocidente de que se defenderá se for atacada

Oaíses ocidentais acusam o governo de Bashar al-Assadde ter realizado um ataque químico na cidade de Douma

© Reuters

Mundo Bashar al-Jaafari 13/04/18 POR Lusa

Neste sexta-feira (13), a Síria avisou, na ONU, o Ocidente de que "não terá outra opção" a não ser se defender caso seja atacada.

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"Isto não é uma ameaça. Isto é uma promessa", disse o embaixador sírio junto das Nações Unidas, Bashar al-Jaafari.

O diplomata reagiu assim ao fato de os países ocidentais terem hoje revisado as suas opções militares para punir o regime sírio, que acusam de ter realizado um ataque químico na cidade de Douma, apesar das repetidas advertências de Moscou e do secretário-geral da ONU, António Guterres.

Depois de ter falado de ataques iminentes com mísseis, ao meio da semana, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ainda não tinha tomado "uma decisão final", segundo a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley.

Apesar de se afirmarem convictos da responsabilidade do regime do Presidente Bashar al-Assad no ataque que fez mais de 40 mortos, ocorrido em 07 de abril perto de Damasco, os países ocidentais parecem estar hesitando por receio de uma "escalada militar total" na Síria, nos termos de Guterres, sobretudo após as ameaças de retaliação da Rússia.

+ Rússia diz que ataque químico na Síria foi forjado

Apoiador do regime de Assad, o Presidente russo, Vladimir Putin, desaconselhou o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, de qualquer "ato irrefletido e perigoso" na Síria, que poderia ter "consequências imprevisíveis".

Macron disse a Putin, numa conversa telefônica, desejar que a conciliação entre Paris e Moscou "se intensifique", com o objetivo de "devolver a paz e a estabilidade" à Síria, indicou o Eliseu.

"Procrastinações", para Nikki Haley, que hoje ficou impaciente numa reunião do Conselho de Segurança convocada a pedido de Moscou.

"A dada altura, vocês terão de fazer alguma coisa. Terão de dizer: 'Já chega'", sustentou a diplomata norte-americana referindo os numerosos vetos russos na ONU a uma investigação sobre o recurso a armas químicas e a continuação da sua utilização pelo regime sírio.

Mas o secretário-geral da ONU se declarou preocupado com "tensões cada vez mais fortes".

"A incapacidade para encontrar um compromisso sobre a definição de um mecanismo de investigação ameaça conduzir a uma escalada militar total", alertou, apelando aos membros do Conselho de Segurança para "agirem de maneira responsável nestas circunstâncias perigosas".

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que vai reunir-se na próxima segunda-feira, anunciou que os seus especialistas estão a caminho da Síria e começam a trabalhar no sábado (14). Com informações da Lusa.

 

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