© Jefferson Rudy/Agência Senado
A defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta segunda-feira (16) ter requerido acesso às provas das investigações contra o tucano no âmbito das delações da JBS.
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Em nota, o advogado Alberto Zacharias Toron afirmou que é "imprescindível que o acesso seja deferido antes da votação do recebimento da denúncia, uma vez que esses elementos podem comprovar a ilegalidade de provas e das armadilhas arquitetadas contra o senador com a participação de membros do MPF".
A votação que pode tornar Aécio réu deve acontecer nesta terça-feira (17), no Supremo Tribunal Federal.
"O STF já garantiu que Joesley Batista e Marcello Miller tenham acesso a vários documentos, não sendo razoável que se aja de forma diversa com o senador. As graves irregularidades que envolvem a delação da JBS, que levaram ao pedido de rescisão do acordo pela PGR [Procuradoria-Geral da República] -pedido que aguarda há sete meses para ser pautado- justificam toda a cautela com as provas daí oriundas", diz o texto.
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Em coletiva também nesta segunda, o senador negou ter cometido ilegalidades e acusou a Procuradoria-Geral da República de agir com rapidez excessiva na apresentação da denúncia em seu caso.
"A ânsia de punir impediu que aquilo que é normal, tradicional no nosso sistema jurídico, que pressupõe investigação antes da aceitação da denúncia, viesse a ocorrer", afirmou.
Aécio disse que a tratativa que teve com o empresário Joesley Batista, da J&F, em que pedia R$ 2 milhões para o pagamento de advogados, não causou prejuízo aos cofres públicos.
"Era impróprio? Sim, mas num momento de dificuldade cometi esse erro, mas não cometi qualquer crime. Não existe dinheiro público envolvido, ninguém foi lesado a não ser eu e a minha família", afirmou.
O tucano disse ainda que, caso se torne réu na ação, seu meio político decidirá sobre a manutenção ou não de sua candidatura à reeleição no Senado Federal.
Caso concorra, o senador terá como adversária a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que o derrotou nas urnas em 2014 e será candidata por Minas Gerais. Se não se candidatar, Aécio perderá em 2019 o foro privilegiado, e seu caso passará a tramitar na primeira instância. Com informações da Folhapress.