Aécio rebate Alckmin: decisão sobre candidatura será tomada em Minas

Senador se tornou réu, acusado de corrupção e obstrução de Justiça em decorrência da delação da JBS

© Ueslei Marcelino / Reuters

Política climão 18/04/18 POR Folhapress

Depois de o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) declarar que Aécio Neves (PSDB-MG) não deveria disputar eleição neste ano, o senador mineiro respondeu sugerindo que a decisão não compete a ele.

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"Isso será resolvido em Minas Gerais, como sempre foi, pelos mineiros, no tempo correto, levando obviamente em consideração todas as circunstâncias", disse Aécio à reportagem.

Mais cedo, nesta quarta-feira (18), Alckmin disse à rádio Bandeirantes que "é claro que o ideal é que ele não seja candidato, é evidente". Aécio se tornou réu, acusado de corrupção e obstrução de Justiça em decorrência da delação da JBS.

O senador mineiro afirmou que ainda não decidiu se disputará a eleição e, em caso afirmativo, qual cargo. "É uma decisão coletiva que vamos tomar no momento certo em função do quadro eleitoral de Minas Gerais", reiterou.

+ Senador da Rede apresenta pedido de impeachment de Michel Temer

Há uma preocupação no PSDB de que o episódio envolvendo Aécio, que conquistou 51 milhões de votos na eleição presidencial de 2014, contamine a campanha de Alckmin.

O presidenciável tucano, que saiu da mira imediata da Lava Jato ao ter o inquérito encaminhado à Justiça Eleitoral diferenciou Aécio, que ainda será julgado, do ex-presidente Lula (PT), que foi preso após condenações em duas instâncias.

"Tem uma tendência de se dizer que todo mundo é igual. Não é igual, é bem diferente", afirmou Alckmin.

Aécio se defendeu citando Alckmin.

"Como diz o próprio governador, não podemos tratar coisas diferentes como se fossem iguais. Esse episódio JBS nada tem a ver com Lava Jato, nada tem a ver com assalto à Petrobras ou a empresas públicas. Não há dinheiro público envolvido nisso", disse.

"O que houve, e eu acredito que nesse momento agora das investigações e do processo isso vai ficar claro, foi uma criminosa armação entre os irmãos Batista, em busca dos benefícios da sua delação, e setores do Ministério Público, que na verdade buscaram transformar uma relação privada, sem qualquer contrapartida, em algo com aparência de ilegalidade."

A ação contra Aécio decorre de gravação feita em março de 2017 na qual o tucano pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS. O valor foi entregue em parcelas a pessoas próximas ao tucano, segundo a acusação. A Polícia Federal chegou a filmar a entrega de dinheiro vivo a um primo dele.

Sobre a campanha de Alckmin, que tem ao redor de 8% da intenção de voto segundo o Datafolha, Aécio disse acompanhar "o esforço que o [ex-]governador vem fazendo para fortalecer a sua candidatura. Torço para que ele tenha êxito, porque isso é o melhor para o Brasil". Com informações da Folhapress.

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