Bactéria que come carne humana intriga médicos na Austrália

Úlcera de Buruli é mais comumente encontrada na África, mas número de casos aumentou 400% nos últimos quatro anos no país dos cangurus

© Arquivo pessoal / DANIEL O'BRIEN

Mundo epidemia 21/04/18 POR Notícias Ao Minuto

Médicos do Estado de Victoria, na Austrália, estão intrigados e buscam entender por que uma úlcera causada por uma bactéria comedora de carne humana tem se tornado epidêmica no país.

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Segundo especialistas, conhecida como Úlcera de Buruli, os casos da doença de pele mais comumente encontrada na África, aumentaram 400% nos últimos quatro anos. As infecções, causadas pela bactéria Mycobacterium ulcerans também ficaram mais graves e se espalharam para novas áreas, disse Daniel O'Brien, especialista em doenças infecciosas.

A grande preocupação dos profissionais é que não sabe como prevenir a doença, que é causada por uma bactéria que destroi os tecidos,noticia o R7.

Em 2017, o Estado australiano registrou um recorde de 275 novas infecções, o que representa um aumento de 51% em relação ao ano anterior.

O'Brien aponta que não ficou claro por que a úlcera, normalmente encontrada em áreas tropicais, apareceu no clima temperado de Victoria.

Em um texto publicado no Medical Journal of Australia, médicos pediram financiamento do governo para pesquisar a enfermidade e suas causas.

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No ano passado, as autoridades encontraram vestígios da bactéria em fezes de possum, um tipo de marsupial, animal da família dos gambás, muito comum na terra dos cangurus.

O tratamento das úlceras é difícil e os pacientes muitas vezes passam por um período de recuperação entre seis e 12 meses. Muitos deles ainda precisam se submeter a cirurgia reconstrutiva, acrescentou o especialista à BBC.

As autoridades de saúde de Victoria afirmam ter gasto mais de 1 milhão de dólares australianos (o que corresponde a mais de R$ 2,6 milhões) em investigações sobre a doença, e campanhas educativas para aumentar a conscientização sobre o assunto foram iniciadas.

Comumente , a doença é mais frequente na zona rural da África Ocidental, África Central, Nova Guiné, América Latina e regiões tropicais da Ásia.

 

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