© Ricardo Stuckert
O apartamento tríplex atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Guarujá (SP) tem um elevador privativo na sala - apesar de inoperante -, que integra os três andares. O imóvel está em leilão por determinação do juiz Sergio Moro.
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Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pela acusação de ter recebido propina da OAS por meio da cessão do tríplex e de reformas feitas nele. Desde 7 de abril o ex-presidente cumpre a pena na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
O cenário dentro do apartamento é de degradação. Infiltrações marcam as paredes, inclusive ao redor do inoperante elevador instalado na sala, onde também há uma geladeira dúplex. Na cozinha, há fogão e micro-ondas.
Degraus da estreita escada estão lascados. Tábuas do píer que envolvem a piscina de águas turvas estão quebradas. Não há luz, nem água. A abertura de um registro deu início a um alagamento no segundo andar, obrigando seu fechamento.
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Segundo laudo da avaliação judicial, o tríplex vale R$ 2,2 milhões.
Moro tomou a providência de vender o imóvel depois que a Justiça do Distrito Federal penhorou o tríplex num processo de cobrança de dívidas da OAS. O juiz, que atribui o apartamento a Lula, suspendeu o procedimento.
Segundo o laudo, "no primeiro pavimento há uma sala com varanda, cozinha e área de serviço, lavabo e uma suíte" que não existia na planta original, modificada "para a inclusão deste dormitório".
No segundo pavimento "existem três quartos compactos", sendo um deles suíte, "um banheiro e um hall de distribuição".
No terceiro pavimento há uma sala, churrasqueira e piscina. Coifa e armários desta área "apresentam sinais de desgaste e ferrugem".
"O imóvel possui piso frio em todos os cômodos e armários planejados nos quartos, cozinha, área de serviço, área externa e banheiros", segue o documento.
INVASÃO
No último dia 16, em uma ação que consumiu menos de cinco minutos, cerca de 30 militantes sem-teto invadiram o tríplex.
O grupo -que permaneceu no local por duas horas e 15 minutos- faz parte do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), coordenado por Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL e uma das lideranças sociais mais próximas de Lula.
"É uma denúncia da farsa judicial que levou Lula à prisão. Se o tríplex é dele, então o povo está autorizado a ficar lá. Se não é, precisam explicar por que ele está preso", disse Boulos na ocasião. Com informações da Folhapress.