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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), leu nesta segunda-feira (23) uma carta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva endereçada aos membros do Diretório Nacional do partido, que está reunido em Curitiba.
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"[Queria que vocês] ficassem totalmente à vontade para tomar qualquer decisão, porque 2018 é muito importante para o PT, para a esquerda, para a democracia e, para mim. Eu quero a minha liberdade", afirmou Lula no texto.
Na carta, cuja leitura foi parcialmente reproduzida na página do ex-ministro Alexandre Padilha, Lula se diz feliz com o resultado de pesquisas de opinião que o mantêm na liderança da corrida presidencial.
"Tem insinuações de que se não for candidato, se não tiver holofote e de que se não falar contra a condenação, será mais fácil a votação a meu favor. A Suprema Corte não tem que me absolver porque sou candidato, porque vou ficar bonzinho. Tem que votar porque sou inocente".
Nesta mesma segunda, Dilma Rousseff (PT) comparou a custódia de Lula ao regime prisional na ditadura militar.
"Eu tenho uma certa experiência em estar presa. Mesmo durante a ditadura, havia a possibilidade de receber parentes, amigos e advogados", disse a jornalistas, em frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).
Dilma tentou visitar Lula, preso na PF desde o dia 7 de abril, mas foi barrada pela juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena do petista."A própria ditadura tentou cobrir de legalidade os processos nos quais éramos condenados. E nunca deixamos de ter condições de recursos", afirmou Dilma.
Os pedidos de visita a Lula e uma diligência na cela do petista, solicitada por deputados federais, foram indeferidos pela juíza Carolina Lebbos. Ela afirma que o regime de visitas deve atentar-se à segurança e à disciplina do estabelecimento, e que Lula já tem seus direitos garantidos ao receber, semanalmente, familiares e advogados.
A Câmara dos Deputados autorizou a criação de uma comissão externa para realizar uma diligência na cela de Lula, na esteira da visita realizada por senadores na última terça-feira (17). Os deputados marcaram a diligência para as 11h desta terça (24).
Em nota, o coordenador da comissão, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou que a inspeção está mantida."Em nenhum momento a comissão solicitou à juíza Carolina Lebbos autorização para a inspeção, pois se trata de prerrogativa constitucional da Câmara dos Deputados.
"O Ministério Público Federal não havia manifestado objeção ao pleito, desde que no dia e horário adequados. O ex-presidente pode receber visitas às quintas-feiras, quando tem se encontrado com a família. Com informações da Folhapress.