© Ricardo Stuckert / Divulgação
As visitas de familiares ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorrem todas as quintas-feiras, na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Ele está preso desde o último dia 7, por ordem do juiz Sérgio Moro.
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Lula foi condenado a 12 anos e um mês de detenção, por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex no Guarujá (SP).
Hoje (26), Lurian Cordeiro da Silva, primeira filha do ex-presidente, concedeu entrevista ao site Brasil de Fato, depois de estar com o pai. Ao falar sobre como a família tem enfrentado a situação, disse ser doloroso.
"A gente está numa luta constante. É obvio que o processo é muito doloroso pra nós. Então por um lado, é muito frustrante, mas nós temos seguido a vida normal, trabalhando, estudando e seguindo a vida. E eu, particularmente, tenho ido a muitas atividades, a atos do PT, do PSOL, do PCdoB. Onde me chamam eu vou, porque a gente tem que se confortar, bater nessa tecla do renascimento da democracia, pois ela está desaparecendo", afirmou.
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Questionada sobre o ânimo de Lula, ela destacou que ele "não esmorece". "Ele é surpreendente, porque a gente chega lá e ele não esmorece. Ele está bem, tem lido, assistido a jogos de futebol. Eu acho que quando a pessoa tem certeza da inocência, mesmo sofrendo uma grande injustiça, ele fica tranquilo. Indignado, mas firme. Ele está dando tempo ao tempo. Ele sabe que a verdade vai vir à tona, como tem vindo, por exemplo, com a ocupação do MTST, que mostrou as fotos do apartamento. A verdade sempre vem à tona", pontuou.
Lurian ainda garantiu que o petista tem lido as cartas enviadas pela população. "Ele também ouve o bom dia, ouve o boa noite, as músicas do acampamento. Ele fica emocionado e está muito orgulhoso da militância estar na rua, estar na luta. A gente sente isso nele", disse.
Ela também criticou a proibição de visitas ao ex-presidente, imposta por Sérgio Moro. O magistrado só autorizou o acesso de familiares e advogados. "Ele é uma pessoa que vive da comunicação, que vive dialogando com muita gente. Ao mesmo tempo que essa sala onde ele está foi preparada em respeito a ele, a falta de comunicação, a falta do direito de receber as visitas é o que nos preocupa, porque tem sido arbitrária", alegou. "Ele está em uma solitária praticamente. Eu não entendo até onde eles querem chegar com esse isolamento dele", questionou.