Presos em suposta festa de milícia começam a ser soltos no Rio

Por volta das 14h, saíram os primeiros nove, dos 137 que devem ganhar liberdade nas próximas horas

© Divulgação/Polícia Civil

Justiça liberdade 26/04/18 POR Folhapress

Começaram a ser soltos na tarde desta quinta-feira (26) homens que haviam sido presos em suposta festa de milicianos, no início de abril, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. Por volta das 14h, saíram os primeiros nove, dos 137 que devem ganhar liberdade nas próximas horas. A revogação das prisões foi concedida pela Justiça na última quarta-feira (25), após pedido do Ministério Público, que dizia que não há, por ora, provas para denunciar 138 dos 159 detidos na festa - um deles, o artista circense Pablo Martins, 23, já havia deixado a cadeia no último sábado (21). 

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A Defensoria Pública, parentes e os próprios presos dizem que tratava-se apenas de uma festa paga de pagode e que houve divulgação no rádio e em redes sociais. Já a polícia diz que era uma festa em homenagem a milicianos. Todos foram presos em flagrante por associação criminosa e porte compartilhado de armas. 

A reportagem conversou com três dos nove soltos nesta tarde. Todos disseram que a festa era paga e que não havia homens armados à vista. Entre eles estava Alexandre Mourão. "A gente saiu para se divertir, pagou ingresso e aconteceu essa injustiça. A polícia foi agressiva com a gente o tempo todo, dando socos e pontapés", disse ele, ao deixar a cadeia. 

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Advogado de um dos presos, Jorge Oliveira disse que as prisões só aconteceram porque o lugar onde acontecia a festa era longe do centro da cidade. "Se fosse no meu prédio, no Leblon [bairro rico da zona sil], eles não fariam isso. É virar a Constituição de cabeça para baixo. Quase nenhum deles deveria estar preso", disse o advogado.Alex Silva, um dos primeiros detidos a ser solto e técnico de segurança do trabalho, disse que até esta manhã não sabia que seria solto.

"Já tinha ouvido rumores outras vezes e não aconteceu, então preferi nem acreditar para não criar expectativa. Só acreditei quando o oficial de justiça apareceu."Famílias dos presos aguardavam a saída desde cedo. A primeira a chegar foi a do chapeiro Emilio Silva. Estavam lá suas primas, irmã, mãe e sua melhor amiga. A mãe dele, Célia Silva, 50, disse que se sentia como se começasse a acordar de um pesadelo. Com informações da Folhapress.

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