Soltura de presos no Rio tem choro e revolta

Mais de 50 presos foram libertados nessa quinta-feira (26)

© Divulgação/Polícia Civil

Brasil Operação 27/04/18 POR Estadao Conteudo

Tudo o que Emílio Fortunato da Cruz Neto queria no dia 6 era festejar seu aniversário de 24 anos em um show do grupo de pagode Pique Novo. A noite seria também para celebrar o fato de ter sido escolhido o funcionário do mês da filial do Burger King em que trabalha. Chapeiro da lanchonete, sem nenhum antecedente criminal, acabou preso, sob acusação de envolvimento com milicianos.

PUB

Ele foi um dos detidos na Operação Medusa da Polícia Civil, no sítio na zona oeste onde os pagodeiros se apresentavam. Cruz era esperado por sua mãe e um grupo grande de parentes na porta da cadeia nesta quinta-feira, 26, depois que a Justiça considerou que não havia motivos para manter lá 137 dos 159 encarcerados na ocasião.

Mais de 50 presos foram libertados. A saída foi marcada por expectativa, choro, aplausos e abraços. Desde cedo, eles esperavam na saída do Complexo de Gericinó. Para agonia da família de Cruz, porém, até as 18 horas o chapeiro não havia saído.

+ Brasileiros terão que pagar taxa para entrar em países da Europa

"É uma situação muito triste. Cheguei às 7 horas, aflita. Meu filho passou o aniversário na prisão. Esses meninos só viveram isso porque são pobres. Se fosse na zona sul, a polícia não chegava prendendo todo mundo", lamentou a mãe de Cruz, Celia Maria Silva, dona de casa de 50 anos. "A milícia manda em tudo lá em Santa Cruz, até na vida da gente. Não se pode montar uma banquinha na frente de casa que eles cobram da pessoa. Mas meu filho não foi a uma festa de miliciano. Pagou R$ 20 por um pagode."

O perfil dos presos na operação no sítio é exatamente o dele: homens pobres, com idades entre 20 e 35 anos. São empregados de restaurantes, garçons, ambulantes, motoristas de ônibus, eletricistas.

Nesta quinta-feira, funcionários do Complexo Penitenciário de Gericinó montaram uma espécie de força-tarefa para dar conta da liberação coletiva dos detidos. No momento da saída e do reencontro emocionado com as famílias, alguns relataram terem sido agredidos verbal e fisicamente. Anonimamente, pelo menos três relataram que foram tratados "como bichos". Eles agora se preocupam com o fato de estarem com ficha criminal.

Mancha

André Gomes, de 32 anos, funcionário de um supermercado, pretende processar o Estado. "Isso vai ser arquivado para o resto da minha vida. Sou uma pessoa honesta", afirmou. "A gente trabalha a semana inteira e só queria relaxar em uma sexta", completou o ajudante de motorista Anderson Castro, de 19 anos, que disse não querer "ficar com essa mancha". Com informações do Estadão Conteúdo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Tragédia Há 23 Horas

Sobe para 14 o número desaparecidos após queda de ponte

fama Realeza britânica Há 6 Horas

Rei Chales III quebra tradição real com mensagem de Natal

fama Televisão agora mesmo

Fernanda Lima diz que Globo acabou com Amor e Sexo por ser progressista

fama Confusões Há 23 Horas

Famosos Problemáticos: O que os vizinhos têm a dizer

mundo Estados Unidos Há 7 Horas

Mangione se declara inocente das acusações de homicídio e terrorismo

fama Saúde Há 21 Horas

'Esteja presente para você e para quem ama', diz amiga de Preta Gil

fama Hollywood Há 20 Horas

Atrizes saem em defesa de Blake Lively em processo contra Justin Baldoni

fama Saúde Há 6 Horas

Preta Gil está acordada e conversando, mas segue na UTI, diz boletim médico

esporte Futebol Há 23 Horas

Quanto o Palmeiras recebeu e quanto ainda tem a receber por Estêvão

economia Bahia Há 6 Horas

Trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados de fábrica da BYD