© Raphael Dias/Gshow
Aos 46 anos, João Emanuel Carneiro está em sua sexta novela. Com estreia marcada para o próximo dia 14, "Segundo Sol" é sua a quarta trama a ser exibida no horário nobre da TV Globo, é já é apresentada como mais emotiva e leve do que o último trabalho, "A Regra do Jogo"(2015). A duas semanas do começo de "uma nova jornada", o autor do fenômeno "Avenida Brasil"(2012) assume que já sente certa pressão em torno da estreia.
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"Eu tenho que esquecer um pouco toda essa expectativa. É uma coisa meio opressiva e essa pressão assusta. O que eu posso fazer é a melhor novela possível. O que eu posso prever é que é uma novela singela, de fácil compreensão e de um canal direto com público. Acredito que ela vai emplacar por essas coisas", explica.
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Com 155 capítulos, "Segundo Sol" trata da segunda chance na vida das pessoas. A história se passa na Bahia e começa em 1999, quando o cantor de axé Beto Falcão (Emílio Dantas) está em decadência e é dado como morto num acidente aéreo.
Sua morte vira o jogo na carreira musical. Pressionado pelo empresário e irmão Remy (Vladimir Brichta) e sua namorada Karola (Deborah Secco), o músico decide lucrar com a tragédia e se esconde numa ilha. Lá, Beto se apaixona por Luzia (Giovanna Antonelli), uma mulher simples e batalhadora. O casal se apaixona, e por uma série de armações de Karola e sua mentora Laureta (Adriana Esteves), vai ter a vida virada do avesso. Após os nove primeiros capítulos, a trama irá avançar 18 anos e mostrará as consequências desses acontecimentos nos dias atuais.
"A trama é calcada nas relações pessoais e familiares, no valor da família. Eu acredito muito em histórias de família para escrever novela. O segundo sol significa a nova chance que todo mundo tem para recompor sua vida", explica o autor que não abre mão de vilãs marcantes em suas obras. Dessa vez, no lugar de uma são duas: Karola e Laureta. "Elas são amorais, mas bem-humoradas, até um pouco palhaças. As duas se dividem nas maldades, mantém uma relação de dependência, de amor e ódio, de gato e rato. Elas se complementam, mas a Laureta está sempre à frente, é a mentora dos planos", descreve João Emanuel.
Para viver essa vilã, que podemos até classificá-la na categoria senior, João Emanuel chamou Adriana Esteves, a icônica Carminha, e revela que não existe a possibilidade de uma comparação dos trabalhos. "É o mesmo autor, a mesma atriz e só. A Carminha era uma pessoa essencialmente dissimulada, ela era louca, quase uma psicopata, mas para as pessoas ela passava a imagem de uma mãe de família, tradicional e queria ser santa. Essa aqui não. Laureta é amoral, é pecadora e uma pessoa que gosta de afrontar. Ela é um ser livre, tipo pé na porta que diz ser promoter, mas trabalha como cafetina de luxo. Adriana poderá exercer um lado dela despudorado", admite o autor, que escolheu Salvador como a cidade em que se passa a novela.
"Minha mãe (Lélia Coelho Frota) foi presidente do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] e eu, filho único, ia muito para a Bahia com ela. Aos 14 anos, li "Capitães de Areia", de Jorge Amado no hotel em que estava hospedado em Salvador. Quando comecei a pensar no personagem Beto Falcão, me lembrei dos anos 1990, da axé music, e me veio a ideia de ambientar essa história na Bahia e todo esse contexto. Eu li bastante sobre o ritmo, vi documentários e cheguei a dançar muito nos carnavais da adolescência. O universo baiano me fascina e a Bahia da novela será contemporânea e realista", promete. Com informações da Folhapress.