Lindbergh pede investigação sobre tiros em acampamento pró-Lula

O petista diz que pediu ao ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, que as investigações sejam feitas pela Polícia Federal

© Waldemir Barreto/Agência Senado

Política Senadores 29/04/18 POR Folhapress

O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), disse em Curitiba, na tarde deste sábado (28), esperar que policiais e bombeiros sejam investigados pelos tiros disparados contra um acampamento que reúne manifestantes favoráveis ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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De acordo com o senador, a mudança nas regras que permitem o porte de pistolas 9mm ampliou o leque de pessoas que podem ter esse tipo de armamento no país, de forma legal. Seis cápsulas do armamento foram recolhidas pela polícia no acampamento.

+ Câmeras de segurança mostram homem atirando contra acampamento pró-Lula

"Quem foi que comprou essas armas nesse período aqui no Brasil? Porque essa portaria é de 8 de agosto de 2017. Tem uma relação das pessoas que compraram essas armas. Tem que investigar por aí", acredita.

Para o senador, a polícia precisa fazer um levantamento de quem está atualmente com esse tipo de arma no país. "Tem que analisar todas as hipóteses. Veio de fora? Teve algumas que foram roubadas?", questiona.

Durante a madrugada, uma pessoa ainda não identificada disparou contra o acampamento. Duas pessoas ficaram feridas. O caso está sob investigação da Polícia Civil, a cargo da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), de Curitiba.

O petista diz que pediu ao ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, que as investigações sejam feitas pela Polícia Federal. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná preferiu não comentar as declarações do senador.

Lindbergh afirmou ainda que irá dormir esta noite no acampamento alvo do ataque, que fica a cerca de um quilômetro da sede da Polícia Federal.

MARIELLE

Farias lembra que o tipo de armamento usado no ataque ao acampamento é o mesmo que matou a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e o motorista dela, Anderson Gomes, em março deste ano.

"[Foi] o mesmo tipo de pistola, o mesmo tipo de calibre que atiraram contra Mariele e Anderson, o tipo de pistola que era exclusividade das Forças Armadas e da Polícia Federal e que, em agosto do ano passado [2017] ampliaram para as outras polícias comprarem também", diz.

O senador também foi questionado pela reportagem sobre uma possível transferência de Lula, atualmente detido na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, para outro local. Ele afirmou que quem precisa definir essa questão são os advogados dele e que não poderia opinar a respeito.

REPERCUSSÃO

Presidenciáveis também condenaram neste sábado o ataque. Ciro Gomes (PDT) pediu que a polícia esclareça o caso e traga à justiça os responsáveis. "A falta de punição para quem assassinou a vereadora Marielle Franco e para quem atacou o ônibus da caravana do ex-presidente Lula também no Paraná é que permite que crimes como esses se repitam", escreveu em rede social.

"Não podemos tolerar que a violência seja usada como forma de expressão de antagonismos na política."

A pré-candidata à Presidência Manuela D'ávila (PCdoB) afirmou que os tiros são uma ameaça à democracia. "No Brasil que eu quero viver tiros não são disparados contra quem faz política", escreveu em rede social. Ela também cobrou um posicionamento do pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL).

Guilherme Boulos (PSOL), que também concorre ao Planalto, chamou o episódio de "absurdo". "Nossa solidariedade aos militantes e exigimos punição dos responsáveis. É preciso barrar a escalada de violência no Brasil." Com informações da Folhapress.

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