© DR
Após um ano de vigência da regra do Banco Central que limitou em até 30 dias o prazo de permanência do consumidor no crédito rotativo, a taxa média de juros da modalidade caiu para menos da metade, saindo de 466,4% a.a. (15,5% a.m.) em março de 2017 para 207,1% a.a. (9,8% a.m.) em março deste ano. Ao todo, a taxa anual já acumula uma redução de 56%. O levantamento é da Abecs, associação que representa o setor de cartões, com base em informações das cinco principais instituições financeiras do País. A taxa de março segue praticamente no mesmo patamar da registrada em fevereiro, de 207,2% a.a. (9,8% a.m.).
PUB
Mercado
Consideradas as informações de todo o mercado, que, além dos cinco maiores bancos emissores, engloba as demais instituições financeiras e as redes varejistas que operam com cartão de crédito próprio, a taxa de juros do rotativo regular ficou em 243,5% a.a. (10,8% a.m.) em março de 2018 (acima, portanto, da taxa divulgada pela Abecs), de acordo com dados apresentados hoje, 26/4, pelo Banco Central. A redução foi de 43,6% em relação à taxa registrada antes da mudança na regra do rotativo, em março de 2017.
Metodologia
O dado divulgado pela Abecs leva em consideração exclusivamente a taxa média de juros cobrada no crédito rotativo (rotativo regular), em que o cliente quita apenas um valor entre o mínimo e o total da fatura. A metodologia usada, portanto, não considera juros de operações em atraso (rotativo não regular), divulgada pelo Banco Central, nas quais o cliente não paga a fatura ou paga um valor inferior ao mínimo, o que faz com que ele não recorra ao rotativo.
Inadimplência
A queda da inadimplência do cartão era um dos objetivos propostos pelo setor de cartões e pelo Banco Central com a mudança na regra do rotativo. Após a alteração, o índice caiu para 5,9% em março de 2018, menor patamar de toda a série histórica, iniciada em março de 2011. Antes disso, o índice girava em torno de 7,5% (março/17).
Esses movimentos mostram que os objetivos propostos pela mudança estão sendo atingidos e o consumidor tem aproveitado a nova regra para buscar uma alternativa de crédito mais barata, com pagamento em parcelas fixas e taxas de juros inferiores às do crédito rotativo, o que garante maior controle do orçamento.