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O presidente da França, Emmanuel Macron, e o presidente do Irã, Hassan Rowhani, se comprometeram em trabalhar, nas próximas semanas, para preservar o acordo nuclear de 2015.
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O pacto feito com o Irã, Estados Unidos e cinco outros países impõe limitações ao programa nuclear do país e estabelece inspeções periódicas em troca de alívio às sanções financeiras internacionais contra Teerã.
Em uma conversa por telefone que durou mais de uma hora, segundo o Palácio do Eliseu, Macron propôs que as discussões se ampliem para cobrir três outros assuntos que afirma serem indispensáveis: o programa de mísseis de Teerã, as atividades nucleares do Irã depois de 2025 e a crise regional no Oriente Médio.
O acordo vigente cobre apenas o período até 2025.
Rowhani, porém, voltou a dizer disse que o Irã não aceitará restrição adicional aos compromissos já firmados e que "o acordo nuclear ou qualquer outro assunto vinculado a ele é inegociável", afirma nota da Presidência iraniana.
Dias antes, o líder dissera estar pronto para tomar reações "esperadas e inesperadas" caso os EUA se retirassem do acordo nuclear.
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Macron havia abordado o tema na semana passada durante sua visita de Estado ao presidente Donald Trump.
Antes da viagem, ele havia insistido na manutenção do pacto nos termos atuais alegando que eles eram a melhor opção possível. Em sua passagem por Washington, porém, modulou o discurso e disse que estava disposto a debater um novo tratado contanto que Teerã estivesse de acordo com a renegociação -o que não ocorre.
Trump, crítico contumaz do pacto desde a campanha eleitoral de 2016, acusa o Irã de descumprir o acordo nuclear e deu um ultimato ao Reino Unido, à França e à Alemanha, que firmaram o tratado com os dois países, a Rússia e a China, para que revisassem o texto até 12 de maio sob pena de abandoná-lo.
A sugestão atraiu críticas das demais partes e também levou Rowhani a dizer que Trump desconhece a legislação internacional.
O temor de uma revogação do tratado pelos EUA e da retomada das sanções mais duras a Teerã tem também afetado o mercado de petróleo, elevando o preço do produto do qual o Irã é um dos maiores produtores ante o temor de uma redução da oferta global caso as exportações iranianas sejam novamente limitadas. Com informações da Folhapress.