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A campanha nacional contra a gripe começou no último dia 23 com o alerta de que, o quanto antes se vacinar, mais rápida será a garantia da proteção no inverno. Segundo o Ministério da Saúde, somente após 15 dias da vacinação começam a surgir os anticorpos que protegerão contra o resfriado. O inverno chegará no dia 21 de junho. Antes, é preciso deixar o medo de lado e vencer preconceitos dos que ainda resistem à vacina.
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“É comum algumas pessoas dizerem que tomaram a vacina e, dias depois, estavam gripadas. Na maioria das vezes, não se trata de gripe e, sim, resfriado, que pode ser provocado por vários vírus e não pelo influenza. A vacina é produzida com vírus inativado e fracionado. Em outras palavras, é com vírus morto, não pode provocar a doença”, explica Paulo Cesar Guimarães, membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro.
As infecções das vias respiratórias têm maior facilidade de ocorrer no inverno, sendo muitas são agravadas por alergias. Em temperaturas mais baixas, o confinamento favorece a propagação de vírus e a contaminação, de acordo com o especialista. “Tanto em casa, como nas creches, escolas e ambientes de trabalho, costumamos ficar em ambientes fechados, sem ventilação, e isso se acentua nos dias frios, aumentando a propagação de vírus”, conta Paulo Cesar Guimarães, que é diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase).
O médico e professor frisa que as infecções respiratórias mais comuns são a rinite, a rinossinusite, amigdalites e otites, nas vias aéreas superiores; e as pneumonias, broncopneumonias, bronquiolites e síndrome respiratória aguda grave (influenza), nas vias aéreas inferiores. “Crianças, adultos e idosos podem se proteger de gripes e outros males à saúde típicos do frio com uma medida simples: lavar as mãos regularmente. Muitas crianças têm agenda e vida social intensa. Ficam cansadas e isso também pode afetar a imunidade”, diz.
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Para o infectologista, pessoas de todas as faixas etárias devem seguir o calendário de vacinação do governo, da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Imunizações. Ele ressalta que o que diferencia a gripe do resfriado é a intensidade de sintomas e o local das vias respiratórias afetadas. “Em geral, nos quadros de gripe, os sintomas são mais intensos e, no resfriado, são mais leves e têm menor duração. Na gripe pelo vírus influenza, a agressão pulmonar é frequente, com a síndrome respiratória aguda grave. É preciso especial atenção nos casos de infecções das vias aéreas no inverno. É importantíssimo buscar um serviço de saúde, para que o diagnóstico e a conduta terapêutica sejam realizados o mais breve possível”, completa.
Riscos de automedicação
Para se cuidar, muitas pessoas recorrem aos antialérgicos, anti-inflamatórios e ao uso de antibióticos. O médico alerta que a automedicação é um risco à saúde. É preciso entender o que está acontecendo com o corpo para identificar se os sintomas apresentados são de gripe ou de resfriado, para que assim possa ser feito o tratamento adequado.
“A gripe é provocada pelo vírus Influenza e é uma doença mais grave, sendo o mais importante a profilaxia. Com medidas para prevenir ou atenuar doenças, como a vacina. Já o resfriado é provocado por diversos tipos de vírus e pode evoluir para uma pneumonia. Crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas estão mais propensos a contrair os vírus. Má alimentação, poucas horas de sono e estresse contribuem para a queda da imunidade”, acrescenta o diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
Paulo Cesar Guimarães lista algumas dicas que, quando aplicadas corretamente, podem ajudar a combater o resfriado: “Utilizar soro fisiológico para desobstruir as narinas; fazer uso de analgésicos e de nebulização, quando necessária; ingerir muito líquido, de preferência água; além de fazer repouso moderado e se manter aquecido no frio. A tosse é uma defesa do organismo, por isso não devem ser ingeridos antitussígenos e, sim, expectorantes. Quanto menos remédio melhor!”