Lula foi parte integral de 'organização criminosa', diz PGR

Ex-presidente é acusado de corrupção passiva por causa das suspeitas de que a Odebrecht repassou R$ 40 milhões ao PT

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Política Denúncia 01/05/18 POR Estadao Conteudo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de corrupção passiva por causa das suspeitas de que a Odebrecht repassou R$ 40 milhões ao PT em troca de decisões políticas que favorecessem a empreiteira, teria dado "aval presidencial" para a operação. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em denúncia encaminhada ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), disse que ele foi parte integral da "organização criminosa" que atuou entre 2002 e 2016.

PUB

Raquel discorre que Lula e o ex-ministro Antonio Palocci se associaram a executivos da Odebrecht em 2002 para financiar a campanha dele "em troca do compromisso assumido pelo então candidato de atender a interesses privados lícitos e ilícitos daqueles conglomerados". A partir da negociação "espúria", a Odebrecht teria repassado cerca de R$ 20 milhões, e a campanha também teria recebido "aproximadamente R$ 39 milhões mediante doações eleitorais oficiais provenientes especialmente da OAS e de empresas do grupo Odebrecht, todas elas posteriormente beneficiadas com esquema instituído pela organização criminosa".

+ Delação de Palocci é enviada para aval do TRF-4

"Os pagamentos foram operacionalizados por Antonio Ferreira, pelo lado da Odebrecht, e recebidos pelo tesoureiro da campanha de Lula, Delúbio Soares, sendo que parte dos valores foram repassados diretamente para Duda Mendonça, marqueteiro da campanha. Com a ascensão ao poder de Lula, os ora denunciados estruturam no âmbito do governo federal um modus operandi que consistia em cobrar propina a partir de ajustes ilícitos com as empresas que tinham interesse em firmar negócios no âmbito do governo federal e na aprovação de determinadas medidas legislativa (denúncia nos autos do Inquérito n° 4.325)", traz a denúncia.

Para Raquel, o grupo concentrou as ações criminosas para a "arrecadação de valores ilícitos por meio da lesão ao patrimônio e à moral administrativa de diversos entes e órgãos públicos da Administração Pública direta e indireta, tais como a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG)". A PGR afirma ainda que Lula sabia das negociações ilícitas em 2008 e 2009, "o que bastaria para que pudesse e devesse cessar estas condutas ilícitas, na condição de Presidente da República", além de ter participado pessoalmente delas.

Em nota, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a PGR atua de "maneira irresponsável" ao formalizar denúncia contra ela "sem provas, a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros". Pelo Twitter, ela disse ainda que a denúncia foi apresentada no momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que considera ter sido preso "ilegalmente", lidera pesquisas de intenção de voto como pré-candidato à Presidência da República. Gleisi também lamentou a "irresponsabilidade da PGR em agir com esse denuncismo".

"O Ministério Público tenta criminalizar ações de governo, citando fatos sem o menor relacionamento, de forma a atingir o PT e seus dirigentes", escreveu Gleisi na nota divulgada pela assessoria. A senadora defendeu também que, "além de falsas, as acusações são incongruentes, pois tentam ligar decisões de 2010 a uma campanha eleitoral da senadora Gleisi Hoffmann em 2014". "A denúncia irresponsável da PGR vem no momento em que o ex-presidente Lula, mesmo preso ilegalmente, lidera todas as pesquisas para ser eleito o próximo presidente pela vontade do povo brasileiro."

A defesa de Antônio Palocci informou que só se manifestará quanto ao teor dessa nova acusação após ter acesso à denúncia.

A defesa de Lula disse que analisará o caso antes de se pronunciar.

Em nota, a defesa de Marcelo Odebrecht reafirmou "o seu compromisso contínuo no esclarecimento dos fatos já relatados em seu acordo de colaboração e permanece à disposição da Justiça para ajudar no que for necessário".

A Odebrecht, por sua vez, reiterou que está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Realeza britânica Há 7 Horas

Rei Chales III quebra tradição real com mensagem de Natal

mundo Estados Unidos Há 8 Horas

Mangione se declara inocente das acusações de homicídio e terrorismo

fama Televisão agora mesmo

Fernanda Lima diz que Globo acabou com Amor e Sexo por ser progressista

fama Hollywood Há 21 Horas

Atrizes saem em defesa de Blake Lively em processo contra Justin Baldoni

fama Saúde Há 23 Horas

'Esteja presente para você e para quem ama', diz amiga de Preta Gil

fama Saúde Há 8 Horas

Preta Gil está acordada e conversando, mas segue na UTI, diz boletim médico

economia Bahia Há 7 Horas

Trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados de fábrica da BYD

politica Justiça Há 8 Horas

Foragidos do 8/1 se frustram com Milei e ficam na mira da polícia na Argentina

fama Emergência Médica Há 20 Horas

Internado em SP, Gusttavo Lima deve receber alta em até 48 horas

esporte Televisão agora mesmo

CBF e Globo acertam contrato de exclusividade para transmissão da Supercopa até 2027