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Ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo do Estado, João Doria (PSDB) disse nesta terça-feira (1º) que o prédio no centro de São Paulo que desabou após um incêndio nesta madrugada era ocupado por uma facção criminosa. Doria, porém, não deu explicações sobre a presença de criminosos no local. A gestão Bruno Covas da prefeitura não irá comentar a acusação.
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Doria disse ainda que houve várias tentativas da prefeitura de desocupar e abrigar as pessoas do prédio. A afirmação foi feita durante visita do tucano à Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).
Questionado pela reportagem sobre a avaliação do ocorrido e o que poderia ser feito para que isso não se repetisse no futuro, Doria disse que a primeira medida é "evitar as invasões". "O prédio foi invadido e parte desta invasão financiada e ocupada por uma facção criminosa", disse.De acordo com ele, a Prefeitura de São Paulo fez várias tentativas de desocupar e abrigar essas pessoas em outros pontos, sem sucesso.
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"Foram rechaçados, inclusive com ameaças de violência pela ocupação irregular. Porque ali era um centro de distribuição de drogas também, além, infelizmente, de abrigar famílias em situação de rua." O tucano disse que o prefeito Bruno Covas (PSDB), que o sucedeu no cargo, está "tratando disso com muita seriedade e com muita responsabilidade". Covas chegou a dizer que seis reuniões haviam sido feitas com moradores do local e que a prefeitura estudava negociar com a União, que é dona do imóvel, a posse do local.
A gestão Bruno Covas disse que não iria comentar as acusação de Doria sobre a presença de criminosos no prédio. Ricardo Luciano Lima, coordenador do LMD (Luta por Moradia Digna), que gerenciava a ocupação irregular do prédio, disse mais cedo que há uma tentativa de responsabilizar o movimento, esquecendo o problema de falta de habitação na cidade. "Eu posso afirmar que o movimento, se tiver de ocupar outro prédio abandonado sem uso social, o movimento vai ocupar", diz.
Doria afirmou se solidarizar com as pessoas que foram desabrigadas, especialmente com a família do morador que ainda é buscado pelos bombeiros. "Falei há pouco com Felipe Sabará, secretário da Assistência e Desenvolvimento Social, o Bruno esteve lá também. Já foram providenciados colchonetes, alimentos e o acolhimento a todos, indistintamente." Ainda conforme Doria, a Secretaria da Habitação vai avaliar se há alternativa de recuperação de algum edifício da prefeitura na área central da cidade que possa abrigar essas pessoas.
Questionado sobre culpados pelo episódio, ele disse que a "ideia não é estabelecer culpados"."Primeiro solidariedade e atendimento aos desabrigados e aos familiares desta pessoa que perdeu sua vida. E agora estabelecer planejamento com prefeitura e creio também que com o governo do estado." Os bombeiros, porém, ainda não confirmam a morte do homem citado pelo ex-prefeito. Com informações da Folhapress.