Prédio que desabou foi de sede da Polícia Federal a 'favela vertical'

Para Nadia Somekh, professora emérita da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, o edifício que desabou em SP fazia parte da identidade da cidade

© Reuters / Nacho Doce

Brasil São Paulo 01/05/18 POR Folhapress

Projetado na década de 1960, o edifício Wilton Paes de Almeida foi considerado marco de avanço na arquitetura de São Paulo e do país tanto por sua "pele de vidro", em referência a sua fachada, como por suas novidades tecnológicas e estruturais.

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Tido como uma das obras mais famosas do arquiteto francês Roger Zmekhol (1928-1976), que foi professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o prédio foi um dos primeiros a contar com central telefônica, sistema de ar-condicionado central, divisão em módulos e janelas em vidro que reflete a luz do sol.

+ Prédio ocupado pega fogo e desaba em São Paulo; veja fotos

A obra teve influência do arquiteto alemão Mies van der Rohe, em sua fase americana, e foi inspirado no edifício Lever House, de Nova York.

Encomendado pelo empresário Sebastião Paes de Almeida (1912-1975) para ser sede de uma empresa do setor de vidros, o que acabou não acontecendo, o edifício passou para o governo federal, que o transformou na sede da Polícia Federal por 23 anos e, até 2009, numa agência do INSS.

Em 1992, o prédio foi tombado pelo Compresp (órgão municipal de preservação) por sua relevância arquitetônica, histórica e paisagística.

A arquiteta Ana Mendes, 49, estudou a estrutura da instalação durante um ano, com amplo levantamento histórico do local, e fez um projeto, em 2014, para a transformação do prédio em uma escola de arquitetura.

"Com as ocupações constantes, a situação da estrutura do prédio, que era de vanguarda, foi ficando cada vez mais deteriorada e precária. O local, que foi um marco da arquitetura na América Latina tornou-se uma favela vertical."

Para Nadia Somekh, professora emérita da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, o edifício fazia parte da identidade da cidade.

"Estou muito infeliz pela perda histórica e cultural e pela ausência de uma política pública habitacional para os moradores do centro. Novas tragédias estão anunciadas."

Em nota, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo exaltou o valor da instalação, solidarizou-se com as famílias das vítimas e criticou o descaso do poder público com o que chamou de "ausência recorrente de uma política habitacional nacional consistente aliada à preservação do patrimônio histórico". Com informações da Folhapress.

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