Vistoria da prefeitura poderá interditar prédios invadidos de São Paulo

Força-tarefa vai vistoriar centenas de prédios e poderá fazer interdições

© Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Brasil desabamento 03/05/18 POR Folhapress

A força-tarefa da Prefeitura de São Paulo que a partir de segunda-feira (7) irá vistoriar os 70 prédios invadidos na capital poderá determinar a interdição desses edifícios, a depender do nível de risco aferido.

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O anúncio foi feito nesta quarta (2), um dia após o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu, centro da cidade.

Em reunião com oito secretarias, o prefeito Bruno Covas (PSDB) disse que estão sendo definidos os critérios que serão utilizados para fazer este levantamento, que deve durar 45 dias. O prefeito espera já dentro desse período tomar algumas medidas durante o processo de averiguação.

"Agora é verificar se, a partir do levantamento desse nível de criticidade, se é o caso de pedir alguma medida judicial, se é o caso de fazer alguma intervenção. Nós vamos avaliar caso a caso", disse Covas.

Segundo o secretário de Segurança Urbana, José Roberto de Oliveira, se houver um nível de risco muito alto, as invasões podem ser interditadas. Mas a ideia é "mitigar o risco", podendo até capacitar brigadas de incêndio entre os moradores.

+ Desabrigados permanecem em acampamento próximo ao Largo do Paissandu

Serão cinco equipes coordenadas pela Defesa Civil, com técnicos de diferentes secretarias, como a de Habitação, a de Assistência Social, a de Direitos Humanos e a de Urbanismo e Licenciamento.

Covas afirma que as equipes terão ainda a participação dos movimentos de moradia e de especialistas de universidades.  "A gente quer dar autenticidade a esses critérios com a sociedade participando da elaboração", diz o tucano.

Os movimentos ajudariam ainda as equipes da gestão Covas a ter acesso às ocupações. Segundo o prefeito, em torno de 5.500 famílias vivem nessas 70 invasões.

DÉFICIT HABITACIONAL

De acordo com o secretário da Habitação, Fernando Chucre, são 370 mil famílias aguardando moradia na capital, das quais 170 mil estão na fila da Cohab, "algumas com mais de 15 anos", conta. "Não é correto sob o ponto de vista de política habitacional que se faça o atendimento de uma família que ocupou um imóvel se ela não estiver nessa lista", diz Chucre.

A meta da gestão municipal é entregar 24 mil unidades habitacionais a essa fila até 2020.

LARGO DO PAISSANDU

No largo do Paissandu, cinco prédios estão no momento sob observação. A estrutura da igreja Luterana foi considerada comprometida e outros quatro edifícios, dentre os quais um estacionamento e um hotel, foram evacuados para avaliação.

A expectativa é a de que nesta quinta (3) já se saiba o estado de cada um. O mais crítico é o prédio logo à frente do edifício que desabou. Durante alguns momentos do incêndio no antigo prédio da PF, ele também chegou a pegar fogo.

Um cruzamento de dados da Secretaria da Habitação, que apontava 171 famílias no prédio, com um da pasta de Assistência Social feito no largo nesta quarta que registrou 178 famílias aponta 47 em comum.

Estas terão o pedido do auxílio-aluguel feito junto ao governo do estado na quinta. A partir do recebimento da bolsa, a tendência é que elas se desmobilizem da praça, diz Chucre.

O secretário de Assistência Social, Filipe Sabará, informa que estão sendo oferecidas vagas em abrigos da prefeitura a todos os desabrigados que se encontram acampados na praça. De acordo com Sabará, 44 pessoas já aceitaram o acolhimento.

A prefeitura trabalha com o número de apenas 4 desaparecidos. Ricardo, o homem conhecido como Tatuagem, que foi engolido pelos escombros no momento do desabamento, e uma mãe e seus dois filhos gêmeos, conhecida como Selma.

Anteriormente, os Bombeiros chegaram a falar em 49 desaparecidos, mas a prefeitura fala que houve um desencontro de informações. Com informações da Folhapress.

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