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A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) definiu, nessa quarta-feira (2), que o leilão da distribuidora de energia Eletropaulo será realizado no dia 4 de junho, na sede da B3, em São Paulo. O colegiado do órgão se reuniu para definir as regras do certame, após questionamentos da Neoenergia.
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Controlada pela espanhola Iberdrola, a Neoenergia tem travado uma dura disputa com a italiana Enel pela Eletropaulo, com uma escalada de ofertas e até mesmo queixas em relação ao comportamento da empresa à Comissão Europeia.
Até agora, três empresas enviaram propostas: Enel, Neoenergia e Energisa. Essas três ofertantes poderão elevar seus preços até o dia 24 de maio, 10 dias antes do leilão. Outras ofertas de diferentes concorrentes poderão chegar até o dia 14 de maio, a 20 dias do certame.
O colegiado também decidiu que poderá haver interferência compradora na data da concorrência. Ou seja, durante o leilão, poderá aparecer um novo ofertante com uma proposta. Esse novo ator deverá se manifestar até o dia 24 de maio, mas poderá apresentar seu lance apenas no dia do certame. Caso a nova proposta seja superior à dos demais concorrentes, os três poderão elevar seus lances.
A decisão foi tomada para garantir que um eventual novo concorrente não tivesse condição favorecida perante os demais -isso porque uma regra dava brecha para o entendimento de que as empresas que já tivessem dado seus lances antes do leilão não poderiam cobrir uma eventual nova oferta.
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No entanto, isso só poderá ocorrer na eventualidade de essa oferta nova surgir na data. Caso contrário, as empresas que já tiverem feito lances anteriormente não poderão aumentar mais suas ofertas, que serão conhecidas até 24 de maio. A disputa estava marcada para 18 de maio, mas foi adiada para haver um prazo de ao menos 30 dias após a decisão do colegiado.
Até agora, a maior oferta apresentada foi da italiana Enel, de R$ 32,20 por ação, que já representa um desembolso de R$ 53,9 bilhões pela totalidade das ações da Eletropaulo. Quem vencer a concorrência pela compra da Eletropaulo deverá se consolidar como líder em distribuição de eletricidade no Brasil, posto hoje ocupado pela CPFL, comprada pela chinesa State Grid.
A disputa beneficia também o governo federal, que detém cerca de 26% do capital da Eletropaulo, por meio de investimentos diretos da União e do BNDES. A companhia americana AES é dona de 16,84% do capital da empresa. Com informações da Folhapress.