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Chegou às 11h30 desta sexta (5) na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro um lote de 37 gravuras do século 19 enviado pelo Instituto Itaú Cultural. As gravuras passarão por vistoria técnica para identificar se foram furtadas da Biblioteca Nacional em 2004, quando centenas de gravuras sumiram de seus acervos.
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Trata-se do primeiro de três lotes resultantes do acordo firmado entre as instituições em 23 de março, quando uma perícia comprovou que oito litogravuras do álbum "Souvenirs de Pernambuco" (1852), do alemão Emil Bauch (foto) –que estavam em exposição permanente na coleção Brasiliana, no quinto andar do Instituto Itaú Cultural, na avenida Paulista–, eram as furtadas há 14 anos da biblioteca carioca.
A possibilidade de que as obras do Itaú eram furtadas foi levantada pela Folha em 14 de março, após a reportagem receber carta do ladrão Laéssio de Oliveira, na qual ele descrevia o crime e indicava o destino das obras.
Após a publicação da reportagem, o diretor do Instituto Itaú Cultural, Eduardo Saron, abriu seu acervo para que a a instituição carioca pudesse fazer uma perícia, o que foi feito em cinco dias úteis.
Desta vez, dado o número maior de gravuras, a presidente da Biblioteca Nacional, Helena Severo, deu 30 dias úteis para que sua equipe faça a perícia das gravuras do Itaú.
"Nosso propósito é recuperar as obras furtadas, e o Itaú está ajudando bastante, conforme combinado", disse Severo.
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"Esse envio faz parte do acordo estabelecido entre as instituições, de que seriam enviados periodicamente conjuntos de obras para análise", afirmou Eduardo Saron.
O lote atual é composto de três volumes encadernados (nem todas as imagens contidas nos volumes estão sob suspeita) e quatro gravuras avulsas.
São três os artistas examinados agora: duas gravuras do príncipe Adalberto da Prússia, retratando o Rio de Janeiro; seis do suíço Luís Schlappriz, sobre Pernambuco; e 29 do alemão Franz Heinrich Carls, também de Pernambuco.
As gravuras do príncipe Adalberto, que acompanharam um diário de viagem pelo país, retrataram o Rio de Janeiro e também a Amazônia.
São raros: a edição original foi limitada a cem exemplares, distribuídas a seus amigos na ocasião, em 1847.
A perícia técnica será feita na própria Biblioteca Nacional, a exemplo do que aconteceu em março com as gravuras de Emil Bauch.
Além da busca por marcas, que podem estar relatadas em impressos ou manuscritos, a vistoria usa microscópios e luzes de diversos tipos para procurar carimbos ou outros vestígios de que as obras já tenham passado pela Biblioteca Nacional.
Instituto Moreira Salles não encontra fotos furtadas Após a repercussão da devolução das oito gravuras de Emil Bauch, o Instituto Moreira Salles se dispôs a abrir seus acervo na busca de imagens furtadas da Biblioteca Nacional na década passada.
A biblioteca teve dois grandes momentos de furtos de obras. Em 2004, centenas de gravuras foram subtraídas. No ano seguinte foi a vez das fotografias.
No caso do Instituto Moreira Salles, que tem um extenso acervo de fotografias históricas, buscou-se imagens da Coleção D. Thereza Christina Maria.
"Examinamos cerca de 350 itens da lista de fotos furtadas dessa coleção em 2005, da Biblioteca Nacional. Não havia nenhuma em nosso acervo", afirma o superintendente executivo do Instituto Moreira Salles, Flávio Pinheiro.
"E estamos à disposição para novas verificações", disse
A coleção D. Thereza Christina Maria é formada por cerca de 23 mil fotografias do imperador dom Pedro 2º. A imperatriz Thereza Cristina doou esse acervo à Biblioteca Nacional após a morte dele. Com informações da Folhapress.