© José Cruz/Agência Brasil
Alvos de denúncias por envolvimento em corrupção, o deputado cassado Eduardo Cunha (RJ) e o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (RN), ambos do MDB, não integram a galeria histórica dos ex-presidentes da Câmara no período republicano, exposta em um espaço nobre do Salão Verde.
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O painel também não contempla o sucessor de Cunha no cargo, Waldir Maranhão (hoje no PSDB), que ocupou o cargo entre maio e junho de 2016. O petista Marco Maia é o último com direito a foto no espaço apresentado aos visitantes como memória da Casa.
Deputado por 11 mandatos, Alves ocupou a presidência da Casa entre 2013 e 2014. Em 2016, foi citado em depoimentos que indicavam o pagamento de propina ao emedebista, principalmente durante a construção da Arena das Dunas, em Natal. Alves foi preso preventivamente em junho de 2017 no âmbito da Operação Manus, e, na quinta-feira passada ganhou o direito de ir para a prisão domiciliar.
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Cunha estava em seu quarto mandato quando sucedeu Alves na presidência da Câmara. Ficou no cargo de fevereiro de 2015 a maio de 2016. Em setembro do mesmo ano, foi cassado pelo plenário da Casa por ter mentido à CPI da Petrobrás sobre a existência de contas no exterior. Sem o foro privilegiado, foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 14 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele cumpre pena no Complexo Médico Penal de Pinhais, no Paraná, desde outubro de 2016.
Rodrigo Maia (DEM-RJ) assumiu o cargo em julho de 2016, e, desde então, não atualizou as fotografias do mural dos ex-presidentes. A omissão não se repete no site da Câmara, que destaca a passagem de Alves, Cunha e Maranhão pelo cargo.
A lista dos ex-mandatários do período pós-proclamação da República começa com o mineiro João da Mata Machado, em 1891, menciona os deputados que comandaram a Casa durante o período da ditadura militar e destaca duas fotos dos emedebistas Ulysses Guimarães e Michel Temer, que foram presidentes por duas vezes, mas em momentos diferentes.
Fotos de parlamentares envolvidos em escândalos, como o petista João Paulo Cunha (SP) - que cumpriu pena em regime fechado por participação no mensalão - e, mais recentemente, o senador tucano Aécio Neves (MG), réu na Lava Jato, também estão na parede do Salão Nobre.
A assessoria de imprensa da Câmara disse que a galeria de ex-presidentes não foi atualizada em razão de problemas técnicos. "A impressora especial que faz a reprodução das fotos está com defeito. Já há um processo de aquisição da peça necessária ao funcionamento da máquina para reposição, mas ainda não foi concluído", informou a Câmara. A Casa não deu prazo para inclusão das imagens. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.