© Reuters
O metrô circulou com 17 trens a menos que habitual no início da manhã. Com a superlotação, muitos passageiros não conseguiram embarcar. A empregada doméstica Janeci Silva chegou à estação Praça do Relógio, em Taguatinga, às 6h40. Quase uma hora depois, ela ainda não havia embarcado. “Já passaram dois trens, mas estavam cheios e não consegui entrar. Eu tinha que estar no trabalho às 7 horas, estou muito atrasada”.
PUB
Por causa da greve, a direção do metrô fechou 10 estações. Os embarques estão sendo feitos apenas em 14 das 24 estações. Muitos passageiros não sabiam e encontraram as portas fechadas. Foi o que aconteceu com a vendedora Josilene Lima, na estação Concessionárias, em Águas Claras. “Agora não sei o que vou fazer. Não conheço a cidade, vou procurar outra estação”, afirmou.
O coordenador do Sindicato dos Metroviários, Luciano Costa, disse que os trabalhadores cobram reajuste salarial de 10%, cumprimento do acordo coletivo e redução da jornada de trabalho de 8 para 6 horas diárias. “A jornada de 6 horas dos pilotos está há quase 4 anos em fase experimental, prova que a redução é possível, mas o metrô não formaliza. E, para as demais áreas com regime de 8 horas diárias, queremos o prazo de um ano para a redução da carga”, declara o sindicalista.
O secretário de Administração Pública do DF, Wilmar Lacerda, disse que não há possibilidade de aumentar os salários dos metroviários: no ano passado já foi dado reajuste. “O salário de um piloto passou de R$ 2.200 para R$ 4.600. Não há condição de dobrar o salário dos servidores e, no ano seguinte, eles fazerem nova greve”. Lacerda também disse que os grevistas vão ter o ponto cortado.
O Governo do Distrito Federal informou que conseguiu liminar na Justiça que garante o acesso de servidores e passageiros às instalações do metrô. Agora, o GDF quer que a Justiça decrete a ilegalidade da greve dos metroviários.