© Ueslei Marcelino / Reuters
Para o ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, que anunciou nesta terça-feira (8) sua desistência de concorrer à Presidência, este pleito não irá mudar o Brasil.
PUB
"Não acredito que esta eleição mude o país. O Brasil tem problemas estruturais gravíssimos, sociológicos, históricos, culturais, econômicos", disse em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Barbosa disse temer que a escolha do novo mandatário brasileiro aprofunde as desigualdades sociais. "Meu temor é que os grupos que são indiferentes a isso vão se unir para dominar esse processo eleitoral. Se uniriam contra mim, não tenho dúvidas."
Ao jornal o ex-presidente do Supremo afirmou que não vê "glamour na vida de quem tem poder" e que não morre de amores pelo poder. "Tudo aquilo que leva os políticos a conquistar o poder, nunca me atraiu."
Barbosa disse que se filiou ao PSB há um mês, no prazo para quem deseja concorrer a um cargo, porque até então ainda tinhas dúvidas sobre seguir ou não a carreira política. Lamentou que o sistema eleitora do país não permite candidaturas avulsas.
Também contou que planeja estar fora do Brasil no dia da eleição, em outubro. Assim, não votará para presidente.
Sua família, disse, "está aliviada" com a decisão de deixar para lá a tentativa de suceder Michel Temer (MDB).
+ PT solicita que Lula seja representado em sabatinas eleitorais
BOLSONARO
No mesmo dia, Barbosa apontou, em entrevista ao jornal O Globo, três preocupações que o afligem sobre o futuro do Brasil: Jair Bolsonaro (PSL) ser eleito presidente, Temer continuar no poder e a instauração de novo regime militar.
Bolsonaro reagiu às críticas. "É um atestado de completa ignorância política. Se ele não quer ajudar o Brasil, tudo bem. Estou sozinho nessa briga [contra a corrupção]. Ele poderia ser candidato e ajudar", afirmou o presidenciável à publicação carioca.
Em seguida, Bolsonaro afirmou ter uma "dívida de gratidão" a Barbosa. "Não quero mal a ele, pois foi o único que disse a verdade sobre mim. Quando julgou o mensalão, disse que eu era um dos únicos que não tinham sido comprados. E eu o agradeço muito por ter falado isso."
Com informações da Folhapress.