© Nacho Doce/Reuters
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) confirmou nesta sexta-feira (11) a identificação de mais uma vítima do desabamento do prédio Wilton Paes de Almeida, na região central de São Paulo. Ela é o confeiteiro Francisco Lemos Dantas, 56, que era considerado desaparecido desde a tragédia.
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Segundo a pasta, Dantas estava entre os remanescentes humanos encontrados na última quarta-feira (9). Na ocasião, os bombeiros informaram que os restos estavam espalhados e, posteriormente, o IMl (Instituto Médico Legal) afirmou serem de três pessoas diferentes -um adulto e duas crianças.
Além dele, já foi reconhecido o corpo de Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, morador do prédio conhecido como Tatuagem. Três restos mortais continuam sem identificação: dois encontrados na quarta e um na última terça. Na tarde desta sexta, mais ossos foram encontrados, mas ainda não há confirmação se são de um humano.
Oficialmente, cinco pessoas continuam desaparecidas. Na lista oficial estão a faxineira Eva Barbosa, 42, e o marido dela, Valmir de Souza Santos, Selma Almeida da Silva, 40, e seus filhos gêmeos, Wendel e Wender, 10.
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Com 11 dias de buscas ininterruptas, os bombeiros já descartaram a possibilidade de achar algum sobrevivente sob os escombros. A realidade por lá é desanimadora, afirmou mais cedo o tenente Guilherme Derrite. "Encontramos as lajes muito compactadas, o que diminui a zero qualquer chance de sobrevivência."
Até então, os bombeiros tinham esperança de achar algum sobrevivente porque, ao longo das buscas, foram encontradas "células de sobrevivência" debaixo dos blocos de concreto. Nesses espaços, as vítimas teriam oxigênio e temperatura adequados para permitir uma sobrevida.
O tenente dos Bombeiros diz também que, além da inexistência agora dessas "células de sobrevivência", o passar do tempo e as condições nas quais foram achadas os restos mortais de desaparecidos até agora indicam que não exista mais chances de vida sob a montanha de entulho.
"Quando encontramos o Ricardo, havia um corpo ali. Depois dele, passamos a recolher só ossos em condições bem difíceis, com muita sujeira. É uma pena, mas a situação é essa", afirma.
CURTO-CIRCUITO
Na semana passada, a polícia disse que, após ouvir uma testemunha, concluiu que um curto-circuito no quinto andar, provocado por excesso de aparelhos ligados em uma tomada, foi a causa do fogo no prédio.
Reportagem da Folha de S.Paulo desta quarta-feira (9) relevou que o combate às chamas no prédio foi dificultado pela falta de água em hidrantes da região central. Isso obrigou os bombeiros a adotarem uma espécie de racionamento no auge do combate ao incêndio, com a redução da potência de jatos das mangueiras.
A economia forçada de água ocorreu em uma estratégia para que as mangueiras não ficassem completamente secas enquanto os caminhões-pipa da corporação se revezavam em ação de apoio à operação. O prédio invadido pelos sem-teto tinha muito material inflamável, como papelão e madeira, e a retirada dos elevadores transformou os buracos em verdadeiras chaminés, que jogavam o calor para os andares superiores do prédio.
O desabamento provocou ainda a interdição de cinco imóveis em seu entorno, sendo quatro prédios e a igreja. Segundo a Defesa Civil, todos os bloqueios são totais e não há previsão de liberação. Não foi encontrado risco iminente de colapso em nenhum deles, mas eles seguem monitorados pelo órgão.
Um desses imóveis é o edifício Caracu, localizado na rua Antônio de Godói, que foi liberado para a entrada de moradores pela primeira vez na última sexta-feira (4). As pessoas puderam retirar pertences pessoais, como documentos e medicamentos, mas não puderam permanecer no local.
Também estão interditados a igreja, no número 34 da av. Rio Branco; um prédio, no largo do Paissandu, 132; e um edifício estreito da Antônio de Godói, que ficou com marcas das chamas em sua fachada. Essa última construção conta como duas interdições por ter duas numerações (8 e 26). Com informações da Folhapress.