© Ueslei Marcelino / Reuters
Dentro das investigações sobre a suspeita de repasses no valor de R$ 10 milhões da Odebrecht a campanhas eleitorais do MDB, em troca de vantagens para a empresa, o delegado Tiago Delabary intimou Ibanez Filter, ex-assessor do atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB-RS).
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Ele é apontado como sendo responsável por receber, em 2014, R$ 1 milhão da empreiteira. O montante deveria ser entregue a alguém com o codinome de Angorá, que seria utilizado para identificar Padilha e Moreira Franco, ministro de Minas e Energia, na planilha de propina da Odebrecht.
Ambos, além do presidente Michel Temer e de outros membros do MDB, são suspeitos de terem participado de um jantar, no Palácio do Jaburu, sobre o repasse do dinheiro.
Já as informações sobre Ibanez Filter foram repassadas, de acordo com o blog da Andreia Sadi, no portal G1, pelo doleiro Antonio Claudio Albernaz, o "Tonico", preso no último dia 3, em mais um desdobramento da operação Lava Jato, que recebeu o nome de 'Câmbio, Desligo'.
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Ibanez também foi assessor dos executivos Marcelo Odebrecht e Fernando Migliaccio, este último ex-chefe do departamento de propina da Odebrecht e responsável por procurar Tonico para ordenar o repasse de R$ 1 milhão a Angorá.
Segundo o doleiro, conforme depoimento à Polícia Federal (PF), diante do alto valor, ele disse que não tinha o dinheiro, e Migliaccio afirmou que providenciaria.
O escritório de Tonico teria sido usado como ponto de encontro para a entrega do dinheiro. Após o depoimento, ele foi solicitado a identificar, entre seis fotos de homens brancos de aproximadamente 60 anos, quem seria Ibanez Filter.
"O reconhecedor apontou com segurança e presteza a pessoa identificada na Foto nº 5 como sendo o mesmo que Ibanez Filter", diz documento da PF.