Gaza: ato contra embaixada dos EUA deixa 52 mortos e 500 feridos; fotos

Governo de Donald Trump vai inaugurar embaixada em Jerusalém

© REUTERS/Mohammed Salem

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Mundo Palestina 14/05/18 POR Folhapress


Milhares de pessoas participaram de um protesto nesta segunda-feira (14) na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel, que deixou ao menos 42 palestinos mortos após confronto entre tropas israelenses e os manifestantes, que criticavam a mudança da embaixada americana para Jerusalém.Segundo as autoridades palestinas, outras 500 pessoas ficaram feridas, sendo 200 por tiros de armas de fogo. Não há informações sobre vítimas israelenses.

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Com isso, este é o dia mais mais violento desde que os palestinos iniciaram uma onda semanal de protestos há sete semanas -no dia 30 de março, foram 23 mortos e mais de mil feridos.

Chamados de "a grande marcha de retorno", os atos têm como principal alvo o aniversário de 70 anos da fundação de Israel, que ocorre nesta segunda (14) de acordo com o calendário gregoriano (a comemoração ocorreu em abril no calendário judaico). A data será comemorada em Jerusalém exatamente com a transferência da embaixada americana para a cidade.

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Os palestinos planejam o maior de seus protestos para esta terça (15), quando relembram a "Nakba" (tragédia), como chamam a criação de Israel, quando cerca de 700 mil deles fugiram ou foram expulsos da região. Outro alvo dos protestos é o bloqueio feito por Israel e Egito contra a faixa de Gaza. Ele foi imposto em uma tentativa de minar o poder do Hamas, grupo islâmico considerado terrorista por Tel Aviv e Washington e que controla a região.

Na prática, porém, a facção conseguiu manter o controle sobre a faixa de Gaza, embora o bloqueio tenha piorado a condição de vida dos cerca de 2 milhões de moradores do local. Nesta segunda, alto-falantes foram usados nas mesquitas para convocar os palestinos a se juntarem ao ato, que seguiu o roteiro dos anteriores.

Ele começou de forma pacífica, com os manifestantes se reunindo próximos da fronteira entre a faixa de Gaza e Israel, mas logo descambou em violência quando grupos menores tentaram furar a cerca que delimita a divisa.

As tropas israelenses responderam abrindo fogo nos manifestantes, que começaram então a queimar pneus e a jogar pedras nos soldados.O governo israelense disse que tomou todas as medidas para impedir que o ato atrapalhe as festividades pela mudança da embaixada. Autoridades americanas como Ivanka Trump e seu marido, Jared Kushner, assessor da Casa Branca para o Oriente Médio, vão participar da cerimônia nesta segunda.

"Minha recomendação para os moradores de Gaza: não fiquem cegos por Sinwar [líder do Hamas], que está mandando suas crianças para se sacrificarem sem utilidade. Nós vamos defender nossos cidadãos de todas as maneiras e não vamos permitir que a fronteira seja cruzada", disse o ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman.

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Segundo o Exército israelense, a segurança foi reforçada nas cidades próximas da fronteira, para impedir que manifestantes que consigam furar a cerca cheguem até Jerusalém.O premiê palestino Rami Hamdallah criticou a a decisão de fazer a mudança de embaixada na véspera da "Nakba".

"Escolher um dia trágico na história palestina mostra uma grande insensibilidade e desrespeito pelos princípios centrais do processo de paz", disse ele.Embora Jerusalém seja oficialmente a capital de Israel, a maior parte da comunidade internacional mantém suas embaixadas em Tel Aviv e defende que o futuro da cidade deve fazer parte das negociações de paz entre israelenses e palestinos.

O presidente americano Donald Trump, porém, rompeu com essa tradição e anunciou em dezembro que faria a mudança da embaixada para Jerusalém, decisão que foi alvo de críticas não só dos líderes palestinos, mas também de diversos aliados europeus e da Rússia, para quem a transferência pode intensificar a violência na região. Com informações da Folhapress. 

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