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O escritor e jornalista Tom Wolfe, um dos grandes nomes do jornalismo literário americano, morreu nesta segunda-feira (14) em um hospital de Nova York.A informação foi confirmada ao jornal britânico The Guardian por sua agente literária, Lynn Nesbit.
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De acordo com ela, ele estava internado com uma infecção. Ele morava na cidade desde 1962.Com outros repórteres do período, ele ajudou a consolidar a reportagem que adotava técnicas literárias em concepção.
Wolfe é autor de clássicos como "A Fogueira das Vaidades" e "Radical Chique". Este último, uma reportagem sobre a relação das elites nova-iorquinas com os black panthers, está publicado no Brasil no volume "Radical Chique e o Novo Jornalismo".
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Num ensaio incluído nessa edição, Wolfe tentava sistematizar o que a geração de jornalistas literários americanos havia criado -explicando o que, afinal, havia de novo naquele gênero. Esse ensaio, de 1973, foi o responsável por criar o termo novo jornalismo.
A novidade era a aplicação de técnicas de escrita estabelecidas pelo realismo literário, por nomes como Balzac e Gustave Flaubert, às narrativas de não ficção. Por isso, o grupo que incluía ainda Truman Capote e Gay Talese adotava ferramentas como a construção de diálogos e a descrição minuciosa de cenas e ambientes.
Já "A Fogueira" foi publicado no Brasil pela Rocco, mas está fora de catálogo. O último lançado aqui foi "O Reino da Fala", de 2016.Wolfe nasceu na Virginia, em 1931, e saiu da faculdade de direito para a reportagem, no Springfield Union, de Massachusetts. Foi para Nova York, em 1962, trabalhar no The New York Herald Tribune e nunca mais deixou a cidade. Ele vivia com sua mulher, Sheila, e tinha dois filhos. Com informações da Folhapress.