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Em um intervalo de apenas uma semana, a Receita Federal apreendeu cerca de uma tonelada de cocaína no porto de Santos escondida em contêineres que tinham como destinos países europeus. A última apreensão ocorreu no final da tarde desta terça-feira (15), quando 342 quilos da droga foram encontrados em tabletes dentro de 12 bolsas de viagem em meio a uma carga de limões taiti.
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A cocaína estava em um contêiner frigorífico que tinha como destino o porto de Roterdã (Holanda). No dia anterior, outros 327 quilos da droga tinham sido acondicionados por traficantes em sacos de ráfia, escondidos em meio a sacas de açúcar cristal. O destino do contêiner era o porto de Banjul (Gâmbia), mas a suspeita dos órgãos de repressão é que a droga seria descarregada em Algeciras (Espanha), onde estava prevista a baldeação da carga.
Já no último dia 9, mais 319 quilos de cocaína deixaram de embarcar num navio, desta vez para o porto de Antuérpia (Bélgica), também em meio a uma carga de açúcar. As ações mostram que, mesmo com a adoção de tecnologias e a ampliação da fiscalização, as quadrilhas que atuam no tráfico internacional tentam de forma permanente embarcar cocaína no litoral paulista para distribui-la principalmente na Europa.
Contêineres com produtos como açúcar, sal, café, amendoim, fubá, miúdos de frango e até cabeças de suíno com focinho têm sido usados para esconder cocaína que traficantes tentam exportar a partir do porto de Santos, o principal do país e por onde passa cerca de 30% do comércio exterior brasileiro.
Neste ano, já são 14 as grandes apreensões de cocaína no porto, que somam 5,4 toneladas de cocaína. O volume cresce a cada ano. Enquanto em 2016 foram apreendidas 10,6 toneladas de cocaína, no ano passado o volume alcançou 11,5 toneladas, segundo dados da Receita Federal.
Para tentar driblar os órgãos de fiscalização, o crime organizado utiliza mochilas e bolsas de viagem para tentar infiltrar a droga nos contêineres. É o meio mais fácil também para ela ser retirada no porto de destino do entorpecente. A avaliação de agentes da Receita é de que a "contaminação" do contêiner se dê na maioria das vezes no trajeto até o porto, do armazém ou da empresa até chegar ao cais.
Mas já houve tentativas pela via marítima também, com a droga sendo içada por navios de pequenos barcos que se aproximam nas madrugadas. A logística dos traficantes precisa incluir a cooptação de funcionários também nos portos de destino da droga, principalmente França, Ilhas Canárias, Alemanha, Albânia e Reino Unido.
TECNOLOGIA
No porto de Santos, há 15 scanners gigantes, que analisam as cargas dos caminhões em segundos. Quando um contêiner suspeito é identificado, ele é retirado do fluxo de exportação e aberto na presença de agentes da Receita e do terminal em que se encontra.
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Da sala de controles, é possível visualizar a abertura de cargas em todos os terminais, o que agiliza o fluxo do comércio exterior no porto. Há cerca de 2.500 câmeras instaladas. As cargas também são identificadas por lacres.
A Abtra (Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados) diz que as empresas exportadoras são vítimas da ação das quadrilhas do tráfico e que apoia todas as ações legais.
Segundo a associação, as câmeras foram instaladas no porto a partir de 2000 pelas empresas e resultaram na COV (Central de Operações e Vigilância), operada pela Receita e paga pela iniciativa privada. Com informações da Folhapress.