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Nesta quinta-feira (17), o Governo do México definiu como "grave" a afirmação do Presidente dos Estados Unidos em classificar imigrantes mexicanos como "animais", considerando que o republicano proferiu palavras "absolutamente inaceitáveis", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do México, Luis Videgaray, em uma entrevista à Rádio Fórmula.
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Videgaray sustentou que a afirmação do Presidente norte-americano tem uma implicação "extraordinariamente perigosa" porque constitui um não reconhecimento dos direitos humanos.
"É incompreensível que se atente desta maneira contra o princípio fundamental do Estado de Direito", acrescentou, revelando que o México enviará hoje para o Departamento de Estado americano uma comunicação formal, através da sua embaixada em Washington, para expressar desacordo com as palavras de Trump.
Mesmo após a afirmação de Trump, o ministro mexicano garantiu que o país vizinho dos Estados Unidos prosseguirá com as negociações do Tratado de Livre Comércio da América do Norte "sem medo" e com "seriedade", defendendo os interesses do México e sem mudar de atitude.
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"Não é um jogo em que vamos cair", sublinhou, na entrevista radiofônica, em que reagiu à afirmação de Trump, que acusou o México de "nada fazer" para ajudar os Estados Unidos no fluxo de imigração ilegal na fronteira.
"Temos pessoas que entram no nosso país e que vocês não querem por serem maus. Não são pessoas, são animais, mas estamos a tirá-los do país num ritmo nunca antes visto", disse Trump, supostamente em referência a membros de grupos criminosos como o MS-13 (Mara Salvatrucha).
Na quarta (16), na Casa Branca, o Presidente dos Estados Unidos se encontrou com autoridades locais da Califórnia que se opõem às políticas de imigração naquele estado norte-americano e que aplaudiram os esforços da Administração Trump.
O governador da Califórnia, Jerry Brown, assinou no ano passado, uma lei que impede a polícia de ajudar os agentes federais com a imigração.
Brown insiste que a legislação, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2018, não impede que as autoridades federais de imigração desenvolvam o seu trabalho, mas a administração Trump considerou as políticas inconstitucionais e perigosas e agiu para reverter a lei. Com informações da Lusa.