© Manoel Marques / Imprensa MG
Governadores de Minas Gerais de seis estados da região Nordeste redigiram nesta sexta-feira (18), no Recife, uma carta de cinco páginas com 11 reivindicações, além de uma série de críticas ao governo Michel Temer.
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Assinam o documento os governadores Fernando Pimentel (PT-MG), Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana (PT-CE), Ricardo Coutinho (PSB-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI) e Robinson Faria (PSD-RN). Destes, apenas Faria integra um partido da base do governo, que ainda não decidiu que candidato apoiará na eleição presidencial de outubro.
Os sete governadores criticam a tentativa de privatização da Eletrobras, pedem que a Chesf seja transformada em empresa pública vinculada ao Ministério da Integração, reclamam da mudança de metodologia de avaliação de risco dos estados para a concessão de crédito e cobram, por exemplo, a definição de uma linha de financiamento de R$ 42 bilhões prometida no começo de março.
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Eles afirmam que, diante dos prazos estabelecidos pela legislação eleitoral, são "levados a duvidar do firme propósito do governo federal de disponibilizar para os estados da Federação, os aludidos recursos".Na carta, os governadores afirmam que, apesar de ações da União como a renegociação das dívidas dos estados e adoção de taxa de juros mais competitivas, "essas medidas não foram suficientes para a retomada da atividade econômica".
Os governantes dizem que a gestão Michel Temer os trata como "adversários políticos" e diz que a população destes estados é vítima de "pequenez cívica".
Ao criticar a flutuação do preço do gás de cozinha, os governadores dizem que "fica clara a priorização do interesse empresarial sobre o social".
Os governantes acusam o governo de insensibilidade social.
"Não podemos aceitar que a insensibilidade social leve a grande parcela dos mais pobres a pagar a conta do necessário ajuste das contas públicas", diz trecho da carta, que critica ainda "cortes propostos em ações como o Programa de Aquisição de Alimentos, [...], assim como a política de desmonte do Sistema Único de Assistência Social, que nos levará a um aumento da escalada da violência".
Eles criticam ainda a criação do Ministério da Segurança Pública sem a discussão com os estados.
"Cabe ressaltar que sua eficácia se encontra na estrita dependência da definição de seu orçamento e da extensão de suas ações em todo o território nacional, sem o que teremos apenas mais uma estrutura burocrática na capital federal", diz o texto.
"Urge, portanto, que todas essas questões sejam definitivamente enfrentadas pela administração federal, mediante franco entendimento com os governadores dos estados", dizem os governantes. Com informações da Folhapress.