© CC0 / PIRO4D / Satélite
Às 19h28 do úlimo domingo (20), pelo horário de Brasília, subiu ao espaço o satélite que permitirá que a China realize a primeira missão de pouso ao lado afastado da Lua. O módulo de pouso, equipado com um jipe robótico, deve voar até o fim do ano.
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O lançamento, feito com um foguete Longa Marcha 4C, era essencial ao sucesso da futura missão. Um pouso no lado afastado impede comunicação direta entre o controle da missão, na Terra, e a espaçonave. É por essa razão que, até hoje, nenhuma nave, tripulada ou não, jamais tentou descer na face lunar que está sempre oposta ao nosso planeta. Isso acontece porque a rotação e a translação lunares estão sincronizadas: ela dá uma volta ao redor da Terra ao mesmo tempo em que completa um giro ao redor de si mesma.
O satélite de telecomunicações foi chamado de Queqiao (pronuncia-se "chechiao"), nome retirado de uma lenda chinesa que diz respeito a uma ponte de aves corvídeas através da Via Láctea que permite reunir amantes afastados, assim como seus filhos. A decolagem, ocorrida a partir do Centro de Lançamento de Xichang, no sudoeste da China, não foi transmitida ao vivo.
O Queqiao tem massa de 425 kg e deve ser colocado numa região ao redor de um dos pontos de libração do sistema Terra-Lua, em que a gravidade dos dois astros se equilibra. O ponto em questão fica atrás da Lua, a uns 60 mil km além dela, e o satélite ficará girando ao redor dele, de forma que tenha uma linha direta de comunicação tanto com a Terra como com o lado afastado lunar.
Caso ele se instale de forma bem-sucedida, espera-se que a missão de pouso lunar, Chang'e-4, aconteça até o fim deste ano. Além de servir como satélite de telecomunicações, o Queqiao leva diversos experimentos embarcados, tanto chineses como europeus. Afinal de contas, a região oposta à Lua é uma das mais silenciosas em rádio em todo o Sistema Solar, livre de muito do ruído das transmissões artificiais terrestres. O satélite deve realizar várias observações de radioastronomia.
Também voaram com o Queqiao dois microssatélites, chamados Longjiang-1 e 2, para experimentos adicionais. Com informações da Folhapress.