© Arquivo/TV Globo/Reprodução
Na tarde desta segunda-feira (21), o Ministério Público do Rio (MP-RJ) denunciou 18 pessoas que estavam num sítio de Santa Cruz, numa festa que teria sido patrocinada pela milícia, ocorrida no dia 7 de abril.
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De acordo com a sustentação do promotor Luiz Antônio Ayres, desde 2015 os acusados constituíram e integraram uma organização criminosa, associando-se em estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas. Eles agiam sob o comando de Wellington da Silva Braga, o “Ecko” (já denunciado) e “Danilo”, com o objetivo de obter vantagem indevida nas comunidades de baixa renda da Zona Oeste do Rio, noticia o Extra.
A milícia era autodenominada de “Liga da Justiça”. Os acusados serão enquadrados na prática de infrações penais com penas máximas superiores a quatro anos, tais como posse e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e restrito e homicídios.
A denúncia tem foco nos 18 detidos, após o MP estadual conseguir juntar provas, além da prisão em flagrante, do envolvimento do grupo com a milícia.
A investigação reuniu nomes de alguns suspeitos que atuavam como armeiros, seguranças e matadores da organização. A apuração ainda cita casos ligando acusados ao roubo de carros.
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Os acusados foram detidos em flagrante no dia 7 de abril, com mais de 130 pessoas, no sítio Três Irmãos”, em Santa Cruz.
Segundo a denúncia, a festa estava disfarçada de show musical, aparentemente aberto ao público mediante pagamento de ingresso. Quem a patrocinou, no entanto, conforme a peça, foi a “milícia” e reunia “vários milicianos, entre os quais 'Ecko', 'Danilo' e seus respectivos 'seguranças', e pessoas contra quem já existiam mandados de prisão, havendo ainda, no local, indivíduos portando armas de fogo de grosso calibre, além de outras armas de fogo guardadas no interior do imóvel”.
Encaminhada nesta segunda à Justiça, o documento afirma que “a presença de homens fortemente armados nas imediações da entrada da casa de festas denota que efetivamente ocorria uma confraternização de milicianos no local, ainda que estivesse mascarada pela realização de um show musical supostamente aberto ao público mediante pagamento de ingresso”. Ao chegar à casa de festas, ainda de acordo com a denúncia, os policiais foram recebidos por disparos de arma de fogo “efetuados por dois indivíduos que se encontravam em frente ao imóvel portando fuzis e por mais três indivíduos que estavam em um veículo estacionado nas imediações do local também portando fuzis, além de disparos provenientes do interior da casa”.
O revide resultou na fuga dde alguns indivíduos e na morte de quatro indivíduos. Dentre eles Felipe Oliveira da Silva, Márcio Martins da Silva e Anderson Soares de Souza, conhecidos como “seguranças” do miliciano Danilo.
Na sequência da troca de tiros, foram presos 159 homens “que denotavam possível envolvimento com o grupo miliciano, alguns inclusive já alvos de investigações, liberando os demais presentes”.
A denúncia elenca as armas apreendidas: nove fuzis, dos quais quatro de calibre 5.56, modelo M-16; uml de calibre 7.62 NATO, modelo FAL; e quatro fuzis de calibre 7.62x39mm, modelo AK-47, além de dez pistolas, destas três de calibre .380; cinco de calibre .40; e duas de calibre 9mm; cinco revólveres de calibre .38; 76 carregadores de armas de fogo de diversos calibres; 1.265 munições de diversos calibres; coletes balísticos e diversas peças de vestuário tático.