© Weimer Carvalho/Folhapress
Apesar de não se considerar um herói, Márcio Rony da Cruz Nunes é assim chamado pelas pessoas que salvou, seus familiares e por todos os que souberam do que ele fez. O homem de 37 anos, descarregador de mercadorias de profissão, estava em um ônibus quando um bandido se levantou com uma arma e ordenou ao motorista que parasse o veículo e jogasse fora a chave.
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Enquanto algumas pessoas iam saindo ônibus, a mando do grupo de bandidos que Márcio informou serem mais que dez, os criminosos iam jogando gasolina no coletivo e pegaram fogo nele. A Márcio atiraram com um cigarro aceso depois de o molharem com o combustível, que incendiou de imediato. Logo se jogo numa poça de água e apagou o fogo.
Ele ia começar a fugir quando ouviu os gritos de uma mulher que tinha duas filhas dentro do coletivo. Sem pensar ele entrou e as tirou de lá mas acabou queimado. Das três pessoas que ele salvou uma delas, Ana Clara de 6 anos, não sobreviveu. Márcio ficou com mais de 75% do corpo queimado.
92 dias e várias cirurgias depois ele está pronto para ir para casa e já recebeu alta dos médicos. Sairá ainda essa sexta-feira (11). Ele não poderá voltar à sua antiga profissão uma vez que o seu corpo, agora frágil, não pode suportar grandes pesos. Márcio planeia uma mudança de profissão.
“Quero voltar a estudar e trabalhar com coisas ligados ao ensino. É uma forma de mudar de vida e continuar trabalhando”, falou o herói do ônibus. Ele sempre rejeitou esse nome ou título e afirmou que qualquer um teria feito o que ele fez.