Quem criou o problema não vai resolvê-lo, diz Marina

"O Brasil, depois da Lava Jato, tem que ser outro", afirmou

© Reuters

Política Corrida 22/05/18 POR Folhapress

No mesmo dia em que Michel Temer desistiu da reeleição, a ex-ministra Marina Silva (Rede) ironizou a baixa popularidade do presidente e disse que "não dá para acreditar que aqueles que criaram o problema vão resolvê-lo".

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"O Brasil, depois da Lava Jato, tem que ser outro", afirmou Marina, que chegou atrasada à 21ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, organizada pela CNM (Confederação Nacional de Municípios).

Questionada por jornalistas sobre a saída de Temer da disputa eleitoral, ela foi irônica.

"Três por cento de popularidade, dentro da margem de erro, é possível que seja zero", afirmou.

Marina defendeu o fim da polarização política como solução para a crise do país e a descentralização de recursos para evitar a cultura de prefeitos "com o pires na mão".

Ela criticou ainda a emenda constitucional do governo que congela os gastos públicos por 20 anos, medida que ficou conhecida como PEC do teto.

"A solução de conter gasto público congelando o gasto por 20 anos não foi a forma mais adequada", disse a ex-ministra, defendendo o comprometimento de apenas metade do crescimento do PIB.

Marina disse ser a favor do fim da reeleição, defendendo mandato de cinco anos a partir de 2022.

ALVARO DIAS

O senador Alvaro Dias (PODE-PR) disse que os políticos têm de pedir desculpas à população pela desigualdade e pelo subdesenvolvimento do país.

"Nós que somos prefeitos, deputados estaduais, vereadores, deputados federais, senadores, presidente da República, temos que pedir perdão ao povo brasileiro. Nós não fomos competentes para explorar de forma capaz as potencialidades deste país. Temos que pedir perdão ao Brasil pelo estágio de subdesenvolvimento em que nos encontramos", disse Alvaro Dias, que também criticou a corrupção.

"Este sistema é corrupto. Este sistema fracassou. Ele tem que ser substituído. O Brasil hoje não está dividido entre esquerda e direita. Está dividido entre os honestos e os ladrões da República que assaltaram os cofres deste país".

Diante dos prefeitos, o senador defendeu que seja revista a política de desonerações de impostos a empresas nacionais. "Elas terão de ser revistas porque não transferiram benefícios à sociedade brasileira", disse.

A jornalistas, Dias disse que não fará alianças com os maiores partidos do país: PT, MDB e PSDB, mas defendeu a "refundação da República" com algumas medidas que necessitam de apoio no Congresso.

"Não está nas nossas cogitações coligação com os três grandes partidos que, ao longo do tempo, se constituíram sustentáculo deste sistema que queremos substituir", afirmou.Entre as promessas feitas estão a redução do número de partidos, de ministérios para 14 a 15 e privatização de empresas estatais federais, exceto as que considera fundamentais para a soberania nacional.

Pré-candidata pelo PC do B, Manuela D'Ávila foi convidada, mas não compareceu. De acordo com a organização do evento, ela havia confirmado presença. Com informações da Folhapress. 

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