© REUTERS/Nacho Doce
O Conselho de Ética do COB (Comitê Olímpico do Brasil) irá investigar a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e seu coordenador técnico, Marcos Goto (segundo, da direita para a esquerda, de casaco amarelo), por causa de possíveis más condutas éticas no caso de supostos abusos sexuais sofridos por ginastas.
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Os abusos teriam sido cometidos pelo ex-treinador Fernando de Carvalho Lopes, após denúncias de mais de 40 ginastas ao programa Fantástico, da TV Globo, no final de abril.
O Conselho de Ética, que foi criado após a implantação do novo estatuto do COB, começou a funcionar de fato em 23 de março. Será justamente o caso da ginástica que marcará a primeira atuação do órgão.
A representação que foi feita tanto contra a CBG como Goto partiu da Comissão de Atletas do COB, que é presidida pelo ex-judoca Tiago Camilo.
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"O Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil - COB vem, após análise das informações prestadas pela Confederação Brasileira de Ginástica e pelo Professor Marcos Suzarte Goto, nos termos do artigo 13 do seu Regimento Interno, comunicar que, por unanimidade, resolve admitir a Representação oferecida pela Comissão de Atletas e instaurar o devido procedimento, cujo trâmite seguirá em absoluto sigilo", diz a nota publicada no site do COB, na noite desta quarta-feira (23).O caso terá como relator o presidente do Conselho de Ética, Alberto Murray Neto.
A análise do caso terá como parâmetros para ser julgado o código de ética do COB, que está para ser anunciado nos próximos dias. A entidade já colocou à disposição um canal de ouvidoria e ética, para receber possíveis denúncias de abusos e más condutas ligadas ao comitê olímpico.
Em entrevista à Folha de S.Paulo quando foi iniciado o processo ético contra Goto e CBG, Alberto Murray disse que o Conselho de Ética não tem poderes para demitir funcionários que tenham cometido desvios de conduta.
No caso de prestadores de serviço do COB (como é a situação de Goto, que é contratado pela CBG mas tem os salários pagos pelo comitê olímpico), dependendo da gravidade da falta ou deslize ético, pode haver uma recomendação para que o funcionário seja desligado da entidade.
De acordo com denúncias de vários ginastas ao Fantástico, Goto tinha conhecimento dos abusos sexuais que sofreram de Fernando Lopes, mas não tomou nenhuma atitude ao saber dos casos. Além disso, ele fazia brincadeiras com os atletas supostamente abusados.
O treinador nega as acusações e, em entrevista à TV Globo no dia 1º de maio, disse que "jamais algum atleta veio a mim e relatou o que aconteceu como está sendo falado agora". (Folhapress)