Após posar com Doria, Moro cita fotos de Lula com Aécio e Geddel

Apesar de negar que as fotografias conotem aliança política ou cumplicidade em atividade criminal, Moro fez um 'mea culpa'

© Stringer ./ Reuters

Política 'mea culpa' 27/05/18 POR Folhapress

No despacho em que negou suspeição por posar ao lado de João Doria (PSDB) em Nova York, o juiz Sergio Moro citou imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Aécio Neves e Geddel Vieira Lima. Apesar de negar que as fotografias conotem aliança política ou cumplicidade em atividade criminal, Moro fez um "mea culpa".

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"Seria de fato melhor para qualquer juiz evitar fotos com quaisquer agentes políticos, independentemente de seu mérito, a fim de evitar interpretações equivocadas ou incidentes processuais infundados, mas, em eventos públicos ou sociais, fotografias podem ser tiradas", afirmou na peça. 

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No despacho, Moro copiou o endereço de uma página de buscas de imagens com a descrição "foto de Lula com Aécio Neves" e "foto de Lula com Geddel", sem especificar uma cena em particular.

No início desta semana, a defesa de Lula, preso por ordem de Moro, apresentou um pedido para que o juiz seja afastado da ação contra o petista no caso do sítio de Atibaia (SP). Os advogados questionaram o uso das imagens com Moro em publicações nas redes sociais de Doria, pré-candidato a governador de São Paulo.

As imagens foram feitas em evento em Nova York há dez dias promovido pelo Lide, empresa fundada por Doria, cujo controle acionário passou aos filhos depois de entrar para a política eleitoral. "Não tem este julgador qualquer relação especial com João Doria Jr., nem agiu de qualquer forma para promovê-lo eleitoralmente. O nome dele não foi mencionado na palestra ou no discurso até para evitar confusões da espécie", defendeu-se Moro.

"Ressalve-se que ele não é investigado perante este juízo ou na Operação Lava Jato ou é parte em qualquer processo que tramita perante este juízo", sublinhou. Outro evento do qual Moro participou em Nova York  teve o patrocínio da Petrobras, pivô da Lava Jato, fato também questionado pelos advogados de Lula.

"Não vislumbro como o fato poderia ser causa de suspeição deste julgador", disse Moro. "Há aqui apenas fantasmas da mente, sem qualquer causa objetiva que justifique a alegação de suspeição ou impedimento", concluiu. Com informações da Folhapress.

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