© REUTERS / Adriano Machado (Foto de arquivo) 
O presidente Michel Temer (MDB) boicotou o acordo que o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), estava prestes a fechar com caminhoneiros para anunciar ele próprio medidas para encerrar a greve.
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Depois de cancelar sua ida ao Palácio dos Bandeirantes neste domingo (27), o ministro Carlos Marun disse por telefone a França que o governo não poderia garantir o congelamento do preço do diesel por 60 dias, como pediram os motoristas.
Alegou ter entraves de ordem econômica e judicial, segundo declarou o governador em entrevista.
+ Em edição do DO, governo publica medidas de acordo com caminhoneiros
Com isso, inviabilizou o acordo do governo paulista, que estava avançado: 80% dos caminhoneiros parados já tinham deixado as manifestações em São Paulo, segundo França.
Horas depois, contudo, Temer anunciou em pronunciamento que atenderia a demanda e garantiu a manutenção do preço do diesel por 60 dias.
A resposta dos caminhoneiros aos pedidos de França foi considerada positiva -auxiliares acreditavam durante a tarde que seria possível anunciar o fim da greve no estado ainda no domingo.
O recuo inusitado de Temer acendeu alertas no Palácio dos Bandeirantes. Colaboradores de França entenderam que a jogada visou neutralizá-lo nas negociações.
Aliados do governador paulista dizem que Temer quis se manter à frente da condução da crise e ainda fez cálculos eleitorais.
O MDB lançará Paulo Skaf na disputa e terá França como adversário. Auxiliares de Skaf reconheceram a competência do governador, que demorou para entrar em campo publicamente, mas foi ágil quando assumiu a negociação. Eles disseram que o presidente da Fiesp não atuou no caso. Com informações da Folhapress.