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Milhares de migrantes que deixam seus países, pelos mais diversos motivos, para buscar asilo em solo americano, estão vivendo um verdadeiro pesadelo. Sem condições de abrigar os detidos pela imigração, o governo dos Estados Unidos tem separado famílias, enviando as crianças para casas de tutores.
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No entanto, conforme aponta o jornal O Globo, nos últimos três meses do ano passado, 1.475 crianças não puderam ser localizadas, de um total de 7.635 checagens.
Como se o assunto já não fosse grave suficiente, uma nova estratégia adotada neste mês pela promotoria federal, de processar criminalmente todas as pessoas que tentam cruzar ilegalmente as fronteiras do país, deverá piorar a situação.
Quem revelou esta realidade foi Steve Wagner, secretário da Administração para Crianças e Famílias do Departamento de Saúde e Serviço Social, órgão responsável pelo Escritório de Restabelecimento de Refugiados, programa federal que cuida das crianças de famílias de imigrantes sob custódia do governo americano.
Em depoimento a uma subcomissão do Senado, Wagner apontou que entre outubro e dezembro de 2017, a agência tentou localizar 7.635 crianças postas sob a guarda de tutores. Delas, 6.075 foram localizadas, 28 haviam fugido, 5 foram deportadas, 52 foram realocadas e 1.475 simplesmente não puderam ser contatadas.
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Para explicar esta nova política adotada pelo procurador-geral, Jeff Sessions, o defensor público Miguel “Andy” Nogueras explicou, em entrevista à NBC News, que tal lei prevê a abertura de processo criminal contra todos que tentarem cruzar a fronteira americana ilegalmente. Quem for processado será preso e separado dos filhos.
A revelação de Wagner alertou as autoridades sobre o destino das crianças separadas de suas famílias. A grande preocupação é que estas crianças que não puderam ser localizadas tenham se tornado vítimas de abusos ou do tráfico de pessoas.
O Escritório de Restabelecimento de Refugiados é responsável pela matrícula em escolas, por lembrar as datas das audiências e acompanhar as crianças e adolescentes e seus tutores.
"Existe algo terrível acontecendo que os americanos não apoiariam se entendessem", afirmou Scott McCown, diretor do Serviço pelos Direitos das Crianças da Universidade do Texas, em Austin.