© Cesar Itiberê/PR
Com semblante abatido e pigarreando, o presidente Michel Temer (MDB) ignorou a greve de caminhoneiros em evento para empresários organizado pela Apex Brasil nesta terça-feira (29), nono dia da paralisação.
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Ele mandou, porém, um recado. "Quando alguns rejeitam o diálogo e tentam parar o Brasil, nós exercemos autoridade para preservar a ordem e os direitos da população", discursou, em São Paulo.
O governo promove uma caça a eventuais infiltrados na greve que estejam forçando caminhoneiros a ficar parados e erguem bandeiras como golpe militar e queda de Temer, diversas à que originou o movimento. A demora em pôr fim à greve motiva críticas ao governo.
"Alguns confundem -quero dizer isto em letras garrafais- a vocação para o diálogo com eventual leniência política ou fraqueza política. Na verdade, é justamente o oposto", rebateu de forma cifrada o presidente.
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No discurso de 15 minutos, ele se limitou a elogiar a sua gestão, cuja reprovação popular é recorde no país.
Abordado pela reportagem no evento, o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), também não quis falar de greve. Disse estar desinformado sobre o tema depois de um mês no Sudeste Asiático.
Diversas autoridades cancelaram participação no evento, patrocinado pelo governo federal e o BID, em razão da greve.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro Eduardo Guardia (Fazenda), o prefeito Bruno Covas (PSDB) e o governador Marcio França (PSB) confirmaram, mas não compareceram. Com informações da Folhapress.