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Conhecer e entender as pequenas comunidades em volta do rio Paraíba do Sul e, principalmente, o percurso e a história desse importante manancial de água para o estado do Rio de Janeiro é a proposta de "Caminho do Mar", documentário de Bebeto Abrantes.
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Com pouco menos de uma hora e meia, o longa alterna entrevistas com moradores, estudiosos e trabalhadores do local e belas imagens da região, procurando identificar suas particularidades, as ameaças da natureza e os desafios futuros.
Resumindo assim, fica a impressão de que não há nada que o diferencie das inúmeras reportagens feitas para a TV, no estilo estabelecido pelo Globo Repórter e popularizado pelos canais da Natural Geographic.
De fato, em alguns momentos o filme parece cair nessa limitação. Mas não podemos dizer que falte esforço do diretor para escapar dela -com o áudio dos depoimentos dissociado da imagem, por exemplo. É uma ideia que quase sempre funciona, desde que adequada ao conceito do filme em questão, o que é bem o caso.
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Em outros tantos momentos, a procura de uma imagem que cause contemplação é sensível, e o filme de algum modo se fortalece com isso. Há, sim, uma preocupação estética que, sejamos justos, tem estado mais presente nos documentários recentes (finalmente lembraram que existe estética no documentário).
Falta a coragem de apostar com mais fé na força da contemplação, num tom menos jornalístico, numa montagem mais ousada no sentido da duração das imagens.
Não se trata, claro, de pedir que o filme seja algo que ele não quer ser (que o leitor perdoe o clichê crítico). Mas de identificar, em suas imagens e em sua estrutura, as forças que, se seguidas com mais afinco, poderiam resultar em algo mais marcante e duradouro.
Do jeito que está, "Caminho do Mar" pode ser visto sem dificuldades, e ainda nos informa algumas coisas importantes, e que por vezes passam despercebidas, como nossa habitual desatenção com a natureza. Com informações da Folhapress.