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A presidenciável Marina Silva (Rede) afastou de forma categórica a possibilidade de abrir mão da pré-candidatura para ser vice na chapa do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). "De jeito nenhum. A Rede é um partido que se coloca. PT, MDB, PSDB precisam tirar férias do governo", afirmou.
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A declaração foi dada em entrevista à Rádio Jovem Pan na manhã desta quinta-feira (7). Sobre a relação com os tucanos, a pré-candidata voltou a afirmar que se fosse hoje não teria apoiado Aécio Neves no segundo turno das eleições de 2014, mas disse que nutre amizade com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e que pretende defender o legado do Plano Real caso seja eleita.
Questionada sobre o fato de aparecer somente em anos de eleição, Marina disse que continuava dando palestras dentro e fora do Brasil, que não tem mandato para ficar o tempo inteiro na mídia e que pelo menos não tinha o nome envolvido em escândalos de corrupção.
"Não apareço nas páginas policiais, porque não estou na Lava Jato. Eu apareço nos debates que considero relevantes, de acordo com as minhas convicções políticas", afirmou.
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Apesar de citar as investigações, a ex-ministra do governo Lula negou que tenha a intenção de criar um rótulo em torno de outras candidaturas ou que pretenda desconstruir adversários. Ela voltou a dizer que foi alvo de uma avalanche de mentiras em 2014, mas afirma acreditar que isso não se repetirá na disputa deste ano. "O eleitor já sabe quem é quem no jogo do bicho pela Lava Jato", disse.
A pré-candidata também negou que tenha omitido sua posição ao longo do processo do impeachment, uma vez que "defendeu a cassação da chapa Dilma e Temer quase que como um mantra" após as eleições e que apoiou a perda do mandato da petista "quando ficou claro o crime de responsabilidade em si e de toda uma configuração política do ponto de vista da Lava Jato".
PRIVATIZAÇÃO E VENEZUELA
Ao falar sobre suas propostas para a economia do país, Marina disse que não pretende "inventar a roda", mas recuperar o superávit e o câmbio flutuante. Ela se colocou contra o projeto do governo de Michel Temer (MDB) que congelou gastos públicos por 20 anos e disse que não pretende privatizar a Petrobras e nem bancos públicos.
"Não vou privatizar a Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. São símbolos do Brasil. Na Petrobras o que precisa resolver é o problema da corrupção e falta de visão dogmática", disse, fazendo referência a política de preços questionada ao longo da greve dos caminhoneiros e que gerou a saída do presidente da empresa.
Ao falar dos pilares de seu partido, a Rede Sustentabilidade, a pré-candidata falou que a sigla defende a democracia e não abre mão de princípios por questões políticas, mencionando o processo eleitoral na Venezuela, que segundo ela deixou de ser uma democracia.
"Não tem democracia na Venezuela. A eleição que foi feita não tem nada a ver com a democracia", declarou. Com informações da Folhapress.