Não soube me conter diante de tanto poder, diz Cabral

Ex-governador prestou depoimento nesta sexta-feira

© AI Project/Reuters

Política depoimento 08/06/18 POR Folhapress

Num depoimento emocionado, três dias após conhecer o neto na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) afirmou nesta sexta-feira (8) que não soube se conter diante do poder obtido em duas décadas de carreira política.

PUB

Ele reconheceu "promiscuidade" com empresários, disse ter adotado prática "desonestas" e assumiu ter tido "soberba" em sua carreira política ao eleger aliados para diferentes cargos. Ainda assim, mudou pouco a linha de defesa, afirmando que nunca pediu propina, mas se apropriou de sobra de caixa dois de campanha.

+ Cabral diz a Bretas que se perdeu na 'promiscuidade' das doações

"Foi nessa promiscuidade [com empresários] que eu me perdi, que eu usei dinheiro de campanha para fins pessoais. [...] Eu não soube me conter diante de tanto poder e tanta força política. De uma maneira vaidosa querer fazer prefeitos nas cidades, vereadores, deputados, usar recursos...", declarou o ex-governador.

O emedebista admitiu que arrecadou cerca de R$ 500 milhões para campanhas próprias e de aliados, tendo usado cerca de R$ 20 milhões para uso pessoal.

Cabral voltou a afirmar que ajudou campanhas de aliados e "até da oposição". Mas, mais uma vez, se negou a nomear os beneficiários do caixa dois que arrecadou.

Provocado pelo juiz Marcelo Bretas, ele disse ter interesse em reparar financeiramente os crimes que confessou, entregando bens.

"Abra mão de seu patrimônio e demonstre de forma prática seu arrependimento", disse o juiz Marcelo Bretas.

"Qual a importância de patrimônio estando longe dos filhos?", disse ele, que afirmou que vai oferecer os valores à Justiça.

O discurso mais humilde foi adotado na semana em que Cabral conheceu, com autorização de Bretas, seu primeiro neto, filho de Marco Antônio Cabral (MDB).

"De uns dias para cá venho refletindo sobre os erros que cometi. A história vai dizer meus acertos e meus erros como governante, parlamentar. Mas sem dúvida, o senhor me permitiu no início dessa semana fazer eu olhar para mim mesmo para o meu passado presente e futuro", disse ele.

Antes da audiência, Bretas defendeu a autorização dada e afirmou ser "humano antes de juiz".

"Só não bateram em mim por ter autorizado o encontro com seu neto, porque houve algo mais importante, a conversa com o ex-presidente. Não abro mão. Independente da ignorância de algumas pessoas, prefiro pecar pelo excesso de gentileza. Não veja em mim um inimigo", disse o magistrado.

O emedebista foi ouvido na ação penal em que é acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio dos doleiros Renato e Marcelo Chebar. Contudo, voltou a falar de modo geral sobre as acusações de cobrar 5% sobre grandes contratos durante sua gestão. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 19 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

esporte Peru Há 22 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 22 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

fama Televisão Há 20 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

politica Tensão Há 22 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

lifestyle Alívio Há 22 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

fama Luto Há 22 Horas

Morre o lendário produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos

fama Saúde Há 21 Horas

James van der Beek, de 'Dawson's Creek', afirma estar com câncer colorretal

tech WhatsApp Há 22 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

mundo Catástrofe Há 21 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia