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Horas depois de os líderes de sete das maiores economias do mundo chegarem a comunicado final e consensual em reunião do G7 neste sábado (9), o presidente americano, Donald Trump anunciou, pelas redes sociais, que retirou o apoio ao documento.
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"Eu instruí nossos representantes a não endossarem o comunicado", declarou o republicano.
A decisão desmonta o delicado acordo que havia sido costurado pelos líderes do G7 (EUA, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Japão), ao longo de um final de semana recheado de tensões.
Trump se disse especialmente irritado com as declarações do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que reclamara, ao final do evento, que as tarifas americanas contra o aço e alumínio importados eram "um insulto" e disse que os canadenses "não seriam pressionados".
O americano afirmou que as declarações são falsas e que Trudeau, o anfitrião do evento, se comportou de forma "desonesta e fraca".
Trump saiu mais cedo do encontro, rumo a Singapura, onde irá se reunir com o ditador norte-coreano Kim Jong-Un. Ele fez a declaração poucas horas depois do encerramento da cúpula, antes de ser divulgado o comunicado final.
O documento enfatizava a importância do livre comércio, baseado em regras internacionais, para o crescimento econômico, e pontuava a necessidade de reforma da OMC (Organização Mundial do Comércio) -no que havia sido considerada uma vitória pelo grupo, em especial pela Europa, diante da belicosa postura de Trump em relação ao tema.
A promoção da igualdade de gênero e a proteção dos oceanos também haviam sido consensuais, assim como a proteção das democracias contra interferências externas.
Até mesmo as sanções contra a Rússia, excluída do grupo quatro anos atrás, haviam sido mantidas no documento, a despeito da sugestão de Trump para que o país voltasse ao clube.
Apesar do acordo, era visível que o equilíbrio entre os países era tênue: minutos depois de encerrado o evento, os líderes voltaram a trocar farpas sobre as sobretaxas ao aço e alumínio impostas pelos EUA, e reforçavam a mensagem de que não iriam voltar atrás -tanto nas tarifas, quanto na retaliação a elas.Trump, o primeiro a deixar o evento, iniciou o tiroteio: "Nós somos como o cofrinho que todo mundo está roubando", declarou.
Em resposta, tanto a Europa quanto o Canadá confirmaram que irão proceder com a retaliação aos EUA, impondo tarifas de até 25% a produtos americanos.
"É uma decisão unilateral e injustificada", disse a primeira-ministra britânica, Theresa May, que afirmou ter tido uma conversa "franca" com o americano e expressado "profundo desapontamento" com as tarifas.
"É quase um insulto", disse Trudeau em sua polêmica manifestação, ao mencionar a justificativa oficial do governo dos EUA para as sobretaxas: proteger a segurança nacional.
"Nós lutamos ombro a ombro com os americanos, desde a Primeira Guerra Mundial. Somos educados e cordiais, mas não seremos pressionados por outros. Não iremos pegar leve."
O G7 ainda não havia se manifestado sobre a dissidência de Trump, na noite deste sábado (9). Com informações da Folhapress.