Revolução dos Cravos representa liberdade para os portugueses

Em 25 de abril de 1974, desabrochava em Portugal a Revolução dos Cravos, ação liderada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) e que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, criado por Antônio Salazar em 1933. Com a adesão em massa da população, a resistência do regime, enfraquecido militarmente, foi praticamente nula. A população distribuiu cravos vermelhos aos soldados, que os colocaram nos canos de suas espingardas, transformando a flor no símbolo da Revolução de 25 de Abril, como também é c

© Reuters

Mundo Embaixador 25/04/14 POR Agência Brasil

Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador de Portugal no país, Francisco Ribeiro Telles, que está em Lisboa para as comemorações dos 40 anos da revolução, disse que, para os portugueses, o movimento está fortemente associada à liberdade e à democracia. “Portugal está em festa porque o 25 de abril restituiu a liberdade: de pensar, de escrever, de se reunir e poder se manifestar”.

PUB

Telles conta que um dos principais pilares da revolução foi a descolonização das colônias portuguesas na África. “Era patente a insatisfação dos militares com as guerras na África. Estávamos na contramão da história. Outros países da Europa Ocidental já haviam descolonizado”, disse. O atraso na descolonização fez com que Portugal fosse condenado nas instâncias internacionais e se sentisse isolado em sua política externa.

A insatisfação também atingia a sociedade portuguesa. “Na fase final, havia enorme saturação da guerra, transformando-se em problema social. Filhos dos portugueses tinham que ir lutar. Quase metade do orçamento do país era esforço para a guerra”, explica o embaixador. De acordo com dados publicados pela Agência Lusa, as Forças Armadas contabilizavam 243.795 homens em 1974. Durante a chamada Guerra Colonial, entre 1961 e 1974, cerca 117 mil militares combateram anualmente em Angola, na Guiné-Bissau e em Moçambique, com um total de 8.831 mortos e 100 mil feridos.

Nos últimos 40 anos de democracia, esse número diminuiu 85%, caindo para cerca de 35 mil. O embaixador português disse que, na década de 70, Portugal tinha as Forças Armadas preparadas para a guerra e que a redução do efetivo reflete um “país em paz com sua história” e que não tem necessidade da mobilização da época.

Telles relatou que a revolução e a descolonização foram a oportunidade de o país se democratizar, culminando com a entrada em vigor da Constituição de 1976, no mesmo dia 25 de abril. Ele acredita que, “de certa forma, o que ocorreu em Portugal veio influenciar o que aconteceu no Brasil” anos depois, com o fim da ditadura, e cita a letra de Fado Tropical, música composta por Chico Buarque ainda em 1973, que dizia: “Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal. Ainda vai tornar-se um imenso Portugal”.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia Dinheiro Há 8 Horas

Entenda o que muda no salário mínimo, no abono do PIS e no BPC

mundo Estados Unidos Há 9 Horas

Momento em que menino de 8 anos salva colega que engasgava viraliza

fama Patrick Swayze Há 22 Horas

Atriz relembra cena de sexo com Patrick Swayze: "Ele estava bêbado"

brasil Tragédia Há 9 Horas

Vereador gravou vídeo na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira pouco antes de desabamento

tech Aplicativo Há 8 Horas

WhatsApp abandona celulares Android antigos no dia 1 de janeiro

fama Mal de parkinson 22/12/24

Famosos que sofrem da doença de Parkinson

brasil Tragédia Há 2 Horas

Sobe para 14 o número desaparecidos após queda de ponte

fama Emergência Médica Há 9 Horas

Gusttavo Lima permanece internado e sem previsão de alta, diz assessoria

brasil Tragédia Há 8 Horas

Mãe de dono da aeronave que caiu em Gramado morreu em acidente com avião da família há 14 anos

fama Condenados Há 17 Horas

Famosos que estão na prisão (alguns em prisão perpétua)