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Leonardo Giordano, vereador de Niterói e pré-candidato do PC do B ao governo do Rio de Janeiro, justifica o apoio do partido às administrações de Sergio Cabral (MDB), ex-governador, e Eduardo Paes (DEM), ex-prefeito, de forma pragmática. Segundo ele, o objetivo era promover a sustentação do PT no plano nacional, com Lula e Dilma Rousseff, que mantinham aliança com as duas principais figuras da política carioca à época.
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"O PC do B nunca foi o partido que usou guardanapo na cabeça", afirmou Giordano em sabatina promovida pela Folha de S.Paulo, UOL e SBT. O pré-candidato refere-se ao episódio que ficou conhecido como a "farra dos guardanapos", envolvendo Cabral e aliados, hoje investigados na Lava Jato, como o ex-secretário da Saúde Sérgio Côrtes e o empresário Fernando Cavendish.
Questionado sobre a deputada federal Jandira Feghali, liderança do PCdoB no estado, ter assumido a secretaria da Cultura no governo Paes, Giordano argumentou que o apoio político no regime de coalizão prevê a participação dos partidos no governo. O pré-candidato aproveitou para marcar o distanciamento daquela administração. "Nunca participei, concordei ou estive junto dessa gente", disse.
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Na mesma linha crítica aos governos anteriores, Giordano defendeu uma frente de esquerda para combater a candidatura de Paes, definido por ele como herdeiro de Cabral. O DEM trata a candidatura como certa, mas o ex-prefeito ainda não a oficializou.
Giordano disse que, em nome de uma união de esquerda, estaria disposto a abrir mão de sua candidatura, mas que tentaria, primeiro, aglutinar os demais partidos em torno dela.
PROPOSTAS
Para combater o crime, Giordano defendeu a estruturação de um plano de segurança com especialistas, sociedade civil e policiais, priorizando o investimento na investigação. Segundo ele, o governo privilegia a ostensividade e as ações-espetáculo. "Não adianta trazer o Exército para fazer mais do mesmo", afirmou.
Giordano disse que poderia contar com o apoio das Forças Armadas e da Polícia Federal de maneira mais estratégica, como na apreensão de armas. "O que se faz no Rio de Janeiro é a aplicação de um não raciocínio."
O pré-candidato ressaltou que nada disso seria possível, no entanto, sem retomar o desenvolvimento econômico do estado. "As soluções têm que ser compostas", afirmou.
Para isso, na visão de Giordano, o Estado deve funcionar como o indutor da retomada do desenvolvimento. Ele prometeu romper com o Regime de Recuperação Fiscal, securitizar a dívida estadual, cobrar os impostos dos quais o estado abre mão com a lei Kandir e taxar bens de luxo.
Ele disse considerar que o governo do Rio tem se comportado como um cordeirinho diante da administração do presidente Michel Temer (MDB) e defendeu a necessidade de brigar pelos interesses do estado.
SABATINAS
Além de Giordano, já foram entrevistados o juiz Wilson Witzel (PSC), Rubem César (PPS), Índio da Costa (PSD), Anthony Garotinho (PRP) e Tarcísio Motta (PSOL).
No dia 15, participa da série o pré-candidato Pedro Fernandes (PDT).
As sabatinas ocorrem às 9h no estúdio do SBT, na zona norte do Rio de Janeiro, sem a presença de público. Com informações da Folhapress.