Lava Jato levou ao 'desaparecimento da classe política', diz Gilmar

Para ministro do STF, força-tarefa ganhou 'uma projeção talvez exagerada e claramente indevida'

© Antonio Cruz/ Agência Brasil 

Política Declaração 15/06/18 POR Notícias Ao Minuto

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes fez declarações sobre a Operação Lava Jato, nesta quinta-feira (14), ao conceder entrevista à GloboNews. Para ele, a força-tarefa levou ao "desaparecimento da classe política".

PUB

"Toda essa bem-sucedida Operação Lava Jato, que é digna de elogios, levou também ao desaparecimento da classe política, dos partidos políticos. Por isso, ela passou a ter uma lógica própria. Veja que a Lava Jato passou a propor medidas legais, questionar medidas judiciais, a discutir aspectos que transcendem de muito a sua própria competência, a sua própria atribuição, a atribuição dessa chamada força-tarefa", disse.

Ainda segundo o ministro, a operação ganhou "uma projeção talvez exagerada e claramente indevida". "Parece que o desaparecimento do Congresso com seu papel de contemporização, de moderação e de enfrentamento muitas vezes levou que essa organização, a Operação Lava Jato, ganhasse uma projeção talvez exagerada e claramente indevida. Mas ela ganhou também popularidade".

+ Jungmann sobre golpe militar: 'Acha que o Congresso vai se suicidar?'

Ao ser questionado sobre a quantidade de habeas corpus concedidos a investigados na força-tarefa - de maio até agora, 21 nomes foram soltos pelo ministro -, ele afirmou que, para solicitar a prisão preventiva, "é necessário que se tragam razões concretas".

"As exigências que nós fazemos para os decretos de prisão preventiva são exigências talvez muito estritas. Não basta dizer genericamente que há interesse para a instrução processual penal. É necessário que se tragam razões concretas", pontuou. "A prisão preventiva se justifica para aquele que destrói provas, ameaça testemunha, ameaça evadir-se. Fora daí, é preciso ter de cautela", completou Gilmar.

Já sobre a relação que mantém com algumas das pessoas beneficiadas por ele, o ministro alegou ter convivido com "boa parte das lideranças políticas que aí está", durante seus anos de carreira.

"Não somos amigos íntimos, somos amigos naquela forma brasileira de ser", explicou. "Eu fui subchefe da Casa Civil desde 1996. Convivi com uma boa parte das lideranças políticas que aí está. De vez em quando, os julgo. São pessoas que, às vezes, vêm pedir audiência. Isso acontece. Não obstante, não estou impedido e nem suspeito", avaliou.

Gilmar Mendes ainda se descreveu como "um aplicador fiel da constituição". "Não estamos falando de crimes bárbaros. Às vezes, estamos falando de furto de fita de vídeo, de bambolê. Não é que a turma seja muito concessiva, é que há uma dureza da lei penal por aí, por razões que às vezes se explicam: o furto do bambolê estimula essa prática. Sabe-se lá como se avaliam esses fatos no interior".

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Tragédia Há 19 Horas

Sobe para 14 o número desaparecidos após queda de ponte

fama Realeza britânica Há 2 Horas

Rei Chales III quebra tradição real com mensagem de Natal

fama Hollywood Há 22 Horas

Autora presta apoio a Blake Lively após atriz acusar Justin Baldoni de assédio

mundo Estados Unidos Há 21 Horas

Policial multa sem-abrigo que estava em trabalho de parto na rua nos EUA

esporte Futebol Há 22 Horas

Ex-companheiros ajudam filho de Robinho, que começa a brilhar no Santos

fama Televisão agora mesmo

Fernanda Lima diz que Globo acabou com Amor e Sexo por ser progressista

fama Luxo 23/12/24

Jeff Bezos se casará em Aspen com festa de R$ 3,5 bilhões e convidados famosos

brasil Tragédia Há 20 Horas

Duas mulheres seguem em estado grave após explosão de avião que caiu em Gramado

fama Família Há 21 Horas

Está 24 horas presente, diz Iza sobre Yuri Lima, pai de Nala

fama Confusões Há 20 Horas

Famosos Problemáticos: O que os vizinhos têm a dizer