Camisa amarela da seleção é rejeitada por parte dos brasileiros

O uniforme amarelo foi usado por manifestantes contra Dilma

© Reuters / Paulo Whitaker

Brasil questões políticas 17/06/18 POR Notícias Ao Minuto

Pouco se vê de camisas verde e amarelo pelas ruas do Brasil em plena Copa do Mundo 2018. O motivo é que manifestantes contrários ao PT e ao governo de Dilma Rousseff usaram a camisa da seleção brasileira como uniforme e, agora, quem torce pelo Brasil fica com receio de ser considerado apoiador dos protestos passados.

PUB

A camisa foi adotada como símbolo dos protestos pró-impeachment da presidente Dilma. "Foi apropriada por esses movimentos porque representa o Brasil que deu certo, mas virou sinônimo da polarização política do país. Evito usar na rua. Não quero ser confundido", afirma o estudante Matheus Peogetti, 18 anos.

O auditor Vinícius Nagawa, 24, acredita que o uso da camisa amarela nas manifestações indica o tamanho da crise de identidade dos brasileiros. "É como se precisássemos do uniforme da seleção para nos sentirmos brasileiros. Na falta de todo o resto, é o futebol que nos representa", afirma.

A verdade é que a procura pela camisa amarela diminuiu, segundo revela a Folha de S. Paulo. O uniforme azul estaria conquistando os torcedores por estar menos ligado ao racha político que pautou brigas e agressões entre a direita verde-amarela e a esquerda vermelha.

A marca patrocinadora da seleção, a Nike, informou em nota que a camisa azul caiu no gosto do brasileiro e está com um ritmo de saída acelerado, já esgotada em algumas lojas, mas atribuiu o desempenho a seu design inovador.

O escritor gaúcho Aldyr Garcia Schlee, 83, que aos 17 anos venceu o concurso que escolheu o desenho do uniforme da seleção, em 1954, diz aprovar a atual rejeição a sua criação após o uso político. "Usaram a camisa para derrubar Dilma como se fosse um símbolo nacional sem se darem conta de que ela representa uma entidade fraudulenta", considera Schlee.

O professor de literatura da USP (Universidade de São Paulo) José Miguel Wisnik, autor do livro Veneno Remédio (Companhia das Letras), que explorou as relações entre o futebol e o imaginário coletivo brasileiro, avalia que a vida pública brasileira está fortemente faccionalizada e o futebol não é capaz da magia de criar unanimidades.

A seleção não é redutível a um uso político que se faça dela, diz ele, que critica o que chama de posição puramente reativa da esquerda.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 20 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

esporte Peru Há 22 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 22 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

fama Televisão Há 21 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

politica Tensão Há 23 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

lifestyle Alívio Há 23 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

fama Luto Há 23 Horas

Morre o lendário produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos

fama Saúde Há 22 Horas

James van der Beek, de 'Dawson's Creek', afirma estar com câncer colorretal

tech WhatsApp Há 23 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

mundo Catástrofe Há 21 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia