© Tânia Rêgo/Agência Brasil
A maré alta voltou a provocar deslizamentos de areia na Praia da Macumba, no Recreio, na Zona Oeste do Rio. O estrutura se desfez no mar cerca de dois meses após o fim das obras de contenção realizadas pela Prefeitura.
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A administração municipal explicou que a barragem é formada por sacos de areia, que devem se romper quando há ressacas. No entanto, os buracos profundos formados entre sábado e domingo preocupam os moradores.
"Nos últimos 10 anos, isso aconteceu umas sete vezes. Da última vez, as ondas chegaram nos prédios. Aí fizeram a obra emergencial a partir de outubro, terminou em abril e no início de junho já está tudo assim. Os colchões deveriam impedir que o mar chegasse à areia, mas já chegou até depois da mureta", contou o síndico de prédio da região, Piero Carbone, de 62 anos, ao Extra.
O último grande deslizamento que ocorreu no local foi em outubro do ano passado. Foi então que foram iniciadas as obras para refazer o calçadão. O investimento na estrutura para contenção de ondas foi de R$ 14,5 milhões.
A secretaria de Conservação e Meio Ambiente do Rio de Janeiro, responsável pela obra, explica que ainda é preciso concluir a obra com uma ação preventiva, que dissiparia ainda mais a força das ondas e evitaria os efeitos da ressaca.
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Como apurado pelo site, a solução definitiva seria fazer um quebra-mar e repôr cerca de 600 mil metros cúbicos de areia da praia. O custo total estimado ficaria entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões. Ainda seria necessário atualizar os dados históricos sobre o comportamento das ondas na praia.
Tranquilizando os moradores, o professor de Engenharia Costeira da Coppe/UFRJ, Paulo César Rosman, esclarece que deslizamentos como os que ocorrem no local são normais.
"Ali foi feito feita uma obra de contenção. Toda essa obra é sabidamente vulnerável. Esse pequeno deslizamento que ocorreu na extremidade oeste é então normal. Por isso, é necessário sempre fazer inspeção após eventos de ressaca para repassar os danos. A estrutura desempenhou seu papel", explica o engenheiro. "Houve fulga de areia. É só botar uma barreira e encher novamente. Mas, é claro, isso mostra o que já era evidente: é necessária a obra definitiva, que repõe milhares de metros cúbicos de areia da praia. Pois quem oferece proteção é a praia e não os muros", completou.